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sábado, 20 de outubro de 2012

Tome a chave, Senhor

- Somos apenas eu e o Senhor, Deus querido. Obrigada por estar cuidando de mim e por essa comida para esse piquenique à meia-noite. Agradeço porque estou me sentindo melhor. (...)

Cris abriu os olhos e começou a comer o sanduíche, mas continuou falando com Jesus, como se ele estivesse sentado ao seu lado.

- É que gosto que tudo fique assim, tranquilo, bem... confortável. Acho que gosto de estar no controle da situação. Mas essa tarefa é sua, não é mesmo? 

Foi como se tivesse recebido uma revelação. Ela se via de pé, dentro do jardim do seu coração, junto ao portão. Jesus estava ali com ela, mas estava claro que era Cris quem detinha a chave dele. 

Pôs o sanduíche na "mesa" e, relanceando a vista pelo espaço ao seu lado, continuou: 

- É isso que está faltando, não é mesmo? Sou eu que estou tomando todas as decisões, segurando a chave, tentando controlar tudo, e decidindo quem vai entrar ou sair do meu jardim. Sou eu que tenho trancado e destrancado esse portão. Eu tenho estado no controle. 

- Mas Jesus, quero que o Senhor segure a chave. Quero que decida tudo que deve acontecer no jardim do meu coração. Quero que o Senhor deixe entrar ou mande sair qualquer coisa ou pessoa que o Senhor quiser, principalmente no que diz respeito aos rapazes. Nunca mais quero destrancar esse portão. Quero que o Senhor só abra quando aparecer o rapaz certo para mim. Tome a chave, Senhor. Pegue todas as minhas chaves. Eu espero no Senhor.

- Trecho do Livro "Uma Promessa é Para Sempre - Série Cris 12", de Robin Jones Gunn.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Falando Através das Flores

- Já se acostumou com a idéia de ir à Espanha? perguntou ele. 

Alguma coisa como que "ligou", mecanicamente, na cabeça de Cris, e ela respondeu: 

- Sim, acredito que isso é plano de Deus e sei que ele vai fazer tudo dar certo. Estou aprendendo a confiar nele de uma maneira nova. 

Um sorriso lento iluminou o rosto de Jakobs. 

- Penso que você está me falando através das flores. 

Embora o inglês de Jakobs fosse muito bom, às vezes não era bem claro no que desejava expressar. Cris perguntou o que ele queria dizer com "falar através das flores". 

Ele parecia um pouco envergonhado. 

- É uma expressão que temos em minha terra, em Riga. Usamo-la para dizer que uma pessoa encobre suas palavras com coisas bonitas, ao invés de expressar o que realmente sente. As­sim você está "falando comigo através das flores". 

Cris sabia que Jakobs tinha razão. Procurava parecer corajosa e espiritual, mas na verdade, estava mesmo era apavorada. Teria coragem de lhe dizer? Ele parecia uma pessoa confiável. 

- Na verdade, estou com medo. 

Ele olhou para ela com compaixão e perguntou: 

- De quê? 

- De me perder. De perder os trens. 

- Aí você pega o trem seguinte. 

- Mas, e se eu não conseguir achar o trem certo? E se alguma coisa acontecer e eu perder a bagagem ou o passaporte? 

- Vá à sua embaixada, peça outro passaporte e use a mesma roupa dois dias seguidos. 

Cris não sabia se ele estava brincando ou tentando ajudar (...) Ela achava que ele tinha uma visão muito simplista da vida. Então apresentou-lhe o pior fato que poderia acontecer. 

- E seu eu for atacada, ou assassinada? Voltando o sorriso aos lábios, Jakobs disse: 

- Então você morrerá e estará com o Senhor para sempre, e talvez eu tenha inveja de você por estar indo ao céu antes de mim. 

Cris sorriu. Jakobs tinha uma perspectiva eterna da vida. Com um pensamento tão ligado no céu, era difícil ver a possibilidade de algo mau acontecer. No dicionário de Jakobs, parecia não existir o vocábulo "tragédia". Ela bebeu o último gole de chá morno, e disse: 

- Nos Estados Unidos certamente nós o chamaríamos de "tipo Polyana". Quer dizer, alguém que só vê o lado bom de uma situação. 

- Em Riga, você provavelmente me diria "vá soprar paios", disse Jakobs, rindo-se de sua própria piadinha. 

- Soprar patos? 

- É nosso jeito de dizer "ir embora". Não é todo mundo que fala assim, só alguns dos meus amigos. Se um dia for a Riga, evite usar essa expressão com os outros. Principalmente com o oficial encarregado de examinar seu visto de entrada.

Cris não conseguiria imaginar qual seria sua impressão ao visitar um país como a Letônia. A Espanha já era suficiente­mente exótica a seu ver. 

Espanha. A lembrança repentina da Espanha a deixou paralisada. Certamente os sentimentos estavam na cara, porque Jakobs perguntou: 

- Você está novamente com medo dos trens? Cris sabia que não adiantava tentar "falar através das flores" com ele. 

- Um pouco. 

- Qual o seu versículo? perguntou Jakobs. 

- Meu versículo? 

- Você precisa de um versículo. Algo da Palavra de Deus que deverá plantar no seu coração para a viagem. 

- Para plantar no jardim do meu coração? perguntou ela, lembrando-se do poema da Trícia. 

- Sim. Você precisa de uma promessa para... como se diz? Segurado sobre? 

- Você quer dizer para me segurar, disse Cris. Você acha que eu preciso de um versículo especial para me apoiar. 

- Sim. É isso. 

- Você tem um versículo? 

Jakobs acenou que sim e disse umas palavras no melodioso idioma letão. 

- É Jeremias 1.7-8: "Mas o Senhor me disse: Não digas não passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto eu te mandar, falarás. Não temas diante deles; porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor." 

- Perfeito! É exatamente o que eu sinto. 

- Este é o meu versículo, disse Jakobs, segurando a Bíblia de Cris junto ao peito. Você precisa procurar o seu. 

- Ah, vá soprar patos, disse Cris, brincando. Posso ficar com o mesmo versículo se eu quiser. Agora, devolva a minha Bíblia! Jakobs riu e retrucou: 

- Você se sairá muito bem em sua nova cultura. Não estou preocupado com você de maneira alguma.

- Trecho do Livro "Uma Promessa é Para Sempre - Série Cris 12", de Robin Jones Gunn.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Chave do Coração

- Você me promete uma coisa? pediu Cris à Trícia. 

- Claro! O quê? 

- Se, ou melhor, quando você o Douglas se casarem, posso ser sua dama de honra? Quero ver de camarote quando ele beijá-la pela primeira vez. 

Trícia deixou explodir uma risada e as senhoras do outro lado da sala olharam as duas com jeito de censura. Trícia pegou então, rapidamente, o guardanapo branco e o levou à boca para abafar o som. 

- Você é uma amiga de verdade, Cris. Se nós nos casarmos, é claro que adoraria que você fosse uma de minhas damas. Desde que prometa que serei sua dama no seu casamento. 

Toda a alegria, todo o deslumbramento de Cris dissipou-se naquele momento. Não conseguia imaginar que para ela houvesse casamento. Não dava nem para imaginar que seus senti­mentos por algum homem pudessem manifestar-se de novo. Mas podia se imaginar de pé junto ao portão do jardim do coração, verificando se estava trancado. Tinha vontade de engolir a chave.

- Trecho do livro "Uma Promessa é Para Sempre - Série Cris", de Robin Jones Gunn.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Poema de Trícia

Dentro do meu coração cresce solto 
um jardim de violetas e perfumadas rosas. 
Alegres narcisos do prado se alinham ao longo do estreito caminho, 
silentes a ouvir meus passos. 
Doces tulipas acenam em repouso; 
eu me ajoelho e busco em Deus o bem maior. 
Pois em volta do meu jardim há uma cerca firme 
que guarda meu coração para eu decidir 
quem pode entrar, e quem deve esperar, do outro lado da cerca... 
Prendo a chave no pescoço 
e indago se a hora é já. 
Se hoje o portão se abrisse, você entraria ou embora iria? 

- Trecho do Livro "Uma Promessa é Para Sempre - Série Cris 12", de Robin Jones Gunn. 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Kate, Trícia e Cris: Deus é Esquisito

- Quem sabe Trícia (...) Você crê que Deus satisfaz os desejos do nosso coração? Quer dizer, desde que esses desejos não sejam pecado ou coisa parecida. O seu não parece ser. Este mundo precisa de muitos casais cristãos que criem filhos conforme a vontade de Deus. Como é aquele versículo que fala sobre deleitar-se no Senhor e ele satisfará os desejos do coração? 

- Mas o tempo dele nem sempre é o mesmo que o nosso, disse Cris, e o jeito dele fazer as coisas não é como nós pensamos. 

- É, Deus é esquisito, disse Katie. É o que penso. Deus é esquisito e nós temos a mente distorcida. Ele está cheio de surpresas, e nós tornamos a vida mais complicada do que precisava ser. Seria ótimo se tudo caminhasse do jeito que a gente queria, mas parece que muitas vezes não é assim.

- Trecho do Livro "Uma Promessa é Para Sempre - Série Cris 12", de Robin Jones Gunn.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

No Dia Seguinte...

No dia seguinte, Cris não foi à escola. Sua mãe deixou que ela tirasse o dia para chorar sozinha. E foi só o que fez. Quanto mais chorava, mais sofria e mais exausta ela se sentia. Pelas quatro da tarde, uma batidinha na porta do quarto anunciou que Katie tinha chegado. 

- Olá! Fiquei sabendo. O Douglas me ligou hoje cedo. 

Sentou-se ao pé da cama de Cris e com todo o carinho disse: 

- Sinto muito, Cris. 

- Não acredito no que fiz, Katie. Por que fiz isso? Tudo fica martelando na minha cabeça; devo estar louca. 

- Esquisito, lembra? disse Katie, emendando-a. Deus é esquisito. E nós somos distorcidos. Sempre que a gente faz uma coisa esquisita assim, nos aproximamos mais dele. E acredite, o que você fez foi estranho mesmo! 

Cris pegou um lenço de papel e limpou os olhos inchados. 

- Douglas me contou que o Ted disse a ele ontem à noite que você o amava o bastante para abrir mão dele, e que você o incentivou a obedecer ao chamado de Deus quando ele já se mostrava disposto a adiar... Incrível, Cris! É como aquele versículo sobre não haver maior amor do que um amigo entregar a vida por outro amigo. Não sabia que você seria capaz disso. Eu não teria coragem. 

- O que você quer dizer? Você fez isso também. Foi você que terminou o namoro com o Michael, lembra? 

- O meu caso foi diferente. 

- Sei não, Katie. Um sofrimento por amor é igual pra todo mundo. 

- Se eu sofri tanto por causa do Michael, nem imagino o quanto você deve estar sofrendo pelo Ted. O que é que poso fazer? 

- Nada. Só me diga que eu agi certo. 

Katie deu uma gargalhada. 

- Como pode ter dúvidas? Claro que agiu certo! Você é a própria encarnação da nobreza. 

- O que da nobreza? 

Cris se apoiou sobre o braço e olhou bem para a expressão da amiga. Katie sorriu. 

- Posso dizer simplesmente, Cristina Juliet Miller, que você agiu corretamente. Você entregou um presente a Deus, o Ted livre e desimpedido. E existe uma coisa da qual tenho certeza: nunca podemos dar a Deus mais do que ele nos dá. Mal posso esperar para ver o que ele vai lhe dar!

- Trecho do Livro "Coração Partido - Série Cris 11", de Robin Jones Gunn.

domingo, 14 de outubro de 2012

Solte as Rédeas

O sol começava a mergulhar seus raios ardentes no fresco mar azul. O céu, em torno, parecia uma toalha de praia em tom pastel, enrolada carinhosamente em volta do sol para protegê-lo do frio da água.

- É maravilhoso! sussurrou Cris.

Ted a envolveu nos braços. Ficaram juntos, de pé, em reverente silêncio, contemplando o pôr-do-sol. Cris chegou a pensar que aquilo era tudo que ela sempre sonhara: estar nos braços do Ted, como também no seu coração. Será que ele sentia o mesmo?

Quando o último raio de sol diluiu-se no mar, Cris fechou os olhos e respirou fundo a maresia. Cheirava a sal.

- Você sabia, perguntou Ted, que o sol poente parece tão grande na ilha de Papua Nova Guiné, que é quase como se a gente estivesse em outro planeta? Vi fotos.

Como tinha acontecido com seu reflexo na caneca de chá no pesadelo da noite passada, Cris ouviu as palavras: "Solte as rédeas".

Sabia o que tinha de fazer. Virando-se para ele, disse:

- Não bastam as fotos para você, Ted. Você tem de ir.

- Eu vou, um dia, querendo Deus, eu vou, disse ele por dizer.

- Você não vê, Ted? O Senhor quer que você vá. Hoje é o dia... Esta é a sua oportunidade de ir para o campo missionário. Tem de ir.

Os dois se entreolharam numa silenciosa comunhão.

- Deus tem me falado algo, Ted. Ele está me dizendo para abrir mão de você, deixar você ir. Eu não quero, mas preciso obedecer-lhe.

Ted parou e disse:

- Talvez eu deva dizer ao pessoal da missão que só poderei ir para o período de férias. Assim, fico fora só alguns meses. Na verdade, algumas semanas. Depois volto e quando chegar o outono estaremos juntos.

Cris abanou a cabeça.

- Não pode ser assim, Ted. Você tem de ir para o período que Deus determinar. Desde que eu o conheço, Deus tem lhe falado para ir. Está na cara, Ted. Você tem de obedecer-lhe.

- Kilikina, disse Ted, segurando-a pelos ombros, você sabe o que está me dizendo? Se eu for, talvez nunca volte.

- Eu sei, disse ela num quase sussurro.

Ela pegou o bracelete no pulso direito, e soltou o fecho. Tomou a mão do Ted e colocou a jóia "Para Sempre" na sua palma, fechando os dele em torno dela.

- Ted, o Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te dê a paz. Que você sempre ame a Jesus acima de tudo mais. Até mais do que eu.

Ele caiu deitado na areia como se fora atravessado pelo fio de uma espada. E cobrindo o rosto com as mãos, chorou. Cris, de pé ao lado dele, mal se sustinha nas pernas. O que foi que eu fiz? Deus, por que tenho de deixá-lo ir?

Deitando-se também, o corpo trêmulo, Cris chorou até sentir nos lábios apenas o sal das próprias lágrimas.

Percorreram o resto do caminho para casa em silêncio. Um manto espesso descera sobre eles, unindo-os até mesmo nessa separação. Para Cris, parecia um sonho mau. Fora outra pessoa que havia aberto mão do Ted. Não ela!

- Trecho do Livro "Coração Partido - Série Cris 11", de Robin Jones Gunn.

sábado, 13 de outubro de 2012

Deus é Estranho e Nós Somos Tortos

- Quem sabe? Deus é estranho, esquisito, disse Cris com reverência. Não quero dizer esquisito no sentido de amalucado, mas de inexplicável. 

- É, Deus é esquisito e nós somos tortos, resumiu Katie. É a filosofia de vida. O modo de Deus agir nunca é igual ao nosso, e nós somos tortos. Distorcidos. Sempre queremos fazer as coisas de modo distorcido, diferente do de Deus.

- Trecho do Livro "Coração Partido - Série Cris 11", de Robin Jones Gunn.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Se Você Soubesse, Kilikina...

Ted parou em frente de uma das lojas (na Disneylandia) e disse:

- Quero comprar um presente para você.

- Não precisa, replicou Cris, parecendo surpresa com o que ele disse. 

- Não, eu quero. Da outra vez que viemos aqui, comprei todas aquelas coisas com o dinheiro da sua tia. Desde aquele dia estou com vontade de comprar alguma coisa com o meu próprio dinheiro. Algo especial. Um presente meu para você. 

Cris sentia muita ternura na atitude dele. Ted passou o braço em volta dela e assim entraram e ficaram a olhar os artigos da loja, entre prateleiras e exposições abarrotadas de apetrechos da Disney. Então, Cris viu o que queria. Perfeito. 

- Gostaria disto aqui, disse ela, estendendo a mão para uma moldura de porcelana em forma de coração. 

Era exatamente o que ela imaginara. 

- Vou colocar nossa foto do passeio de canoa aqui, explicou ela. Sabe, aquela que o Douglas acabou de tirar. 

- Legal. Vê mais alguma coisa que você deseja muito ter. 

- Sim, disse ela com um sorriso maroto. Você. 

Ted parecia surpreso, mas sentiu-se honrado. 

- Você poderia viver sem mim, Cris. 

- Sim, mas não gostaria, disse ela baixinho. 

Antes de ela perceber o que estava acontecendo, Ted pegou seu rosto entre as mãos, levantou-o e deu-lhe um beijo. Quando se afastou, Cris respirou fundo e notou uma lágrima no canto do olho dele. Ele piscou os olhos e deu-lhe um abraço apertado. Cochichou-lhe então no ouvido: 

- Se você soubesse, Kilikina... Se apenas soubesse. 

- Soubesse o quê? sussurrou ela. 

Cris sabia que os outros fregueses estavam olhando para eles, mas depois dos berros de Katie na hora do almoço, isso não era nada. 

- Vamos lá! disse Ted, soltando-a e limpando depressa os olhos com o capuz de malha. Vamos pagar a conta e procurar um lugar onde possamos conversar tranquilamente.

(...)

- Ted, qual o problema? Você está tão sério. Foi alguma coisa que eu disse? 

- Ele abanou a cabeça e respirou fundo, como se fosse dar uma risada. 

- Não. 

Depois, mudando de idéia, corrigiu: 

- Sim, mas não há nada de errado com o que você disse. Foi bom. Bom demais, na verdade. 

- Não entendi. Eu só disse que não iria querer viver sem você. Aí você disse que se eu soubesse... Soubesse o quê? 

A respiração suspensa, o rosto pálido, acrescentou então, com um nó na garganta: 

- Ted, você não vai morrer ou coisa parecida, vai? 

Ted tombou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada sonora na direção do céu salpicado de estrelas. 

Não, Kilikina, não vou morrer. Bem, quer dizer, um dia vou sim. Todos morreremos. Mas não sei quando, e não tenho planos dessa natureza para um futuro próximo. 

- Então o que você está dizendo? 

O coração de Cris batucava, e ela se sentia confusa. Sabia o quanto amava o Ted e como sofreria se, por alguma razão, o perdesse. 

(...)

- Bem, é que você realmente gosta de mim, me quer bem de verdade. Você quer estar comigo. Você disse lá na loja que não queria viver sem mim. 

- E isso não é mau, Ted! Falei isso com toda sinceridade. Eu realmente me interesso muito por você, mais do que você pode imaginar. 

- Eu sei, disse Ted em voz baixa. Você é a primeira pessoa que me ama de fato. 

Ele não disse como se estivesse querendo sentir pena de si mesmo. Era como se tivesse feito uma descoberta quando percebeu quanto Cris era importante para ele. 

- Isso devia fazer você sentir-se bem, Ted. Por que está arrasado por saber quanto lhe quero bem?

- Não estou arrasado. Maravilhado seria um termo melhor. Simplesmente, nunca houve alguém que gostasse de mim como você. Eu até cheguei a me afastar de você, quando fui para o Havaí. Talvez eu estivesse com medo de me aproximar demais ou querê-la bem demais. Sei lá. 

O apito soou e o navio partiu, e mais uma vez ele respirou fundo. 

- Não sei por que isso está me marcando tão fundo agora ou por que suas palavras doeram tanto no meu coração lá na loja. Só sei que eu também não quero viver sem você, Kilikina. Você é a dádiva mais preciosa que Deus já me concedeu.

- Trecho do Livro "Coração Partido - Série Cris 11", de Robin Jones Gunn.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Antes de Melhorarem

"Qualquer um 
que já sofreu por amor
sabe que as coisas pioram muito 

antes de melhorarem".
-Robin Jones Gunn (Coração Partido - Série Cris 11).

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Prova do Verdadeiro Amor Numa Amizade

"Acho que, às vezes,
a prova do verdadeiro amor numa amizade
não é tentar segurar mais o outro, mas soltá-lo.
Às vezes, quando paramos de tentar controlar tudo,
 Deus tem espaço para fazer
o que ele tinha planejado há muito tempo.
É como se ele estivesse esperando que saíssemos do caminho".
(Ted Spencer)
- Robin Jones Gunn (Coração Partido - Série Cris 11).

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Eu Só Preciso Saber Disso

"Não é que eu precise defendê-lo, Senhor.
O Senhor é Deus e pode fazer o que quiser.
Mas às vezes eu queria que a gente pudesse
entender melhor o Senhor e seus caminhos.
Às vezes eu só sei que o Senhor está aí, mais nada.
Mas talvez eu só precise saber disso mesmo."
(Cristina Juliet Miller)
- Robin Jones Gunn (Tempo de Amar - Série Cris 10)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dezessete Pedidos

Cris esticou suas pernas sobre a toalha e deixou que o sol quente de julho secasse a água do mar. De mãos para trás, espalmadas na areia, olhava para o mar azul, que reluzia ao sol. A cabeça ruiva de Katie apareceu sobre uma onda. Em seguida veio Douglas, com sua risada contagiante, andando na direção dela, em meio à brisa marinha. Ted, como um golfinho brincalhão, deslizou até a praia na onda seguinte. Saindo da água, virou a cabeça para trás e sacudiu o cabelo clareado pelo sol, fazendo todas as gotículas descerem por suas costas. Cris assistira àquela cena muitas vezes, mas esta foi a primeira em que notou o quanto isso era característico do Ted. 

"Ainda bem que algumas coisas não mudam. Eu queria continuar a ter esta idade, e poder estar na praia, com estes amigos, nos próximos cinqüenta anos. Não quero que as coisas mudem nunca". 

Cris percebeu que estava desejando quase o contrário de tudo que desejara antes. Durante muito tempo quisera que tudo fosse diferente, principalmente que seu relacionamento com o Ted mudasse e progredisse. Agora desejava que tudo parasse e ficasse imóvel para que ela pudesse observar e sentir prazer em cada pedacinho de sua vida. 

Conhecia o sentimento de vazio que fica no coração quando se acaba um romance de acampamento. Conhecia o prazer estonteante de namorar um cara como o Rick. E conhecia o tesouro maravilhoso que era ter a amizade “para sempre” do Ted. 

Cris inclinou a cabeça para trás e sentiu o beijo do sol no rosto e no pescoço. Lembrou a bênção que recebera do Ted: “Que o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre você e lhe dê a paz.” 

Nesse momento, Cris experimentava a paz de Deus. Sentia o rosto do Senhor reluzindo sobre ela. Com os olhos fechados e um sorriso abrindo-lhe nos lábios, ela formulou dezessete silencioso pedidos. Todos relacionados com o Ted.

- Trecho do livro "O Amor Pode Esperar - Série Cris 09", de Robin Jones Gunn.

domingo, 7 de outubro de 2012

Contando Estrelas

— A última vez que olhei as estrelas assim foi na véspera de Natal, disse Ted. 

— Verdade? Eu também! Estávamos nas montanhas no dia 24 e eu fiquei sentada um tempão num sofazinho junto da janela do quarto, disse Cris. 

— Imagine só. Estávamos olhando as mesmas estrelas na­quela noite. Só que eu estava numa praia a sete mil quilôme­tros daqui. No que é que você estava pensando? 

Cris gostaria de poder contar que estava pensando nele, e sonhando com o momento em que ele voltasse. Mas não podia mentir. 

— Eu estava pensando em Jesus, quando ele nasceu aqui no mundo. Estava imaginando se ele viu a estrela de Belém que brilhou sobre a sua manjedoura. 

— Sabe no que eu estava pensando? Em Abraão.

Cris queria que ele dissesse que estava pensando nela. Mas afinal de contas, por que estranharia que o Ted pensasse em algo espiritual e meio inusitado na véspera do Natal? 

"Afinal, eu estava pensando em Jesus olhando as estrelas da manjedoura. Ah não! Quem sabe estou começando a pensar em tudo em termos espirituais como o Ted!"

— Lembra-se da promessa que Deus fez para ele? perguntou Ted, interrompendo-lhe o pensamento. 

— Não é que ele seria o pai de uma grande nação? 

— Isso, pai de uma grande nação, mas ele não tinha nenhum filho. Parecia uma grande piada. E então, certa noite, Deus man­dou que ele saísse de sua tenda e disse: "Olhe para os céus, ô meu! Conte as estrelas se você consegue. É assim que serão os seus descendentes"! 

— Eu me lembro dessa história. 

— Bem, você sabia que depois dessa promessa, Deus ficou em silêncio? Demorou muitos anos para falar novamente com Abraão? 

Ela sempre gostara da compreensão que Ted tinha das coisas de Deus, e hoje aquilo parecia ainda mais maravilhoso, debaixo daquele céu repleto de estrelas, as mesmas estrelas que Deus apontara a Abraão naquela noite santa milhares de anos atrás. 

— Entendeu? Deus fez uma promessa e sumiu. Pode imagi­nar como Abraão se sentiu, ano após ano? Sem filhos e sem nenhuma prova de que Deus lhe falara. Só tinha um monte de estrelas silenciosas no céu, que ele podia ficar contando e con­tinuando a crer que Deus realmente lhe tinha feito uma pro­messa. 

— Isso exige muita fé. 

— Quero ter fé igual a dele, disse Ted, virando-se para Cris. Sua voz ficou mais grave. 

— Não sei exatamente o que Deus me prometeu a seu respei­to, sobre nós, e sobre o futuro, comentou ele. 

Cris escutava seu coração batendo mais forte. Havia dois anos que esperava o Ted falar de um compromisso com ela. Será que seria agora? 

— Creio que Deus planejou que fôssemos amigos. Amigos muito chegados. Eu lhe prometi que seria seu amigo para sem­pre, Kilikina. Quero ter fé como a de Abraão, sabendo que, seja o que Deus quiser, ele cumprirá seus propósitos para nós no tempo dele. Quero continuar escutando a voz de Deus. 

Então passou o braço em volta de Cris e puxou-a para mais perto, dizendo: 

— Por ora, parece que temos que continuar contando estre­las. 

Cris acomodou a cabeça sobre o ombro de Ted e sussurrou para a noite estrelada: 

Então é aqui mesmo que quero estar. Ao seu lado, contando estre­las.

- Trecho do Livro "Noite Estrelada - Série Cris 08", de Robin Jones Gunn.

sábado, 6 de outubro de 2012

Campainha da Oração

"Sei que Deus conhece cada um pelo seu nome,
e promete sustentar a todos que criou.
Também sei que nós agimos como crianças mimadas,
e nem nos damos conta disso.
Queremos que Deus seja nosso escravo pessoal
e nos dê o que queremos
quando tocamos a "campainha" da oração.
De­via ser o contrário. Ele é Deus. Ele é tremendo.
 Pode fazer o que quiser. Ele é o Senhor.
Nós é que devíamos ser os servos,
os servos dele."
(Cristina Miller)
- Robin Jones Gunn (Noite Estrelada - Série Cris 08)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Teus Diamantes

"Essas estrelas são os teus diamantes,
não são, Deus?
São lindas!
Lembram brilhantes espalhados sobre um pano de veludo negro.
Por que tão espalhadas?
Deveriam estar juntas para encher tua coroa,
e não espalhadas pelo chão do céu."
(Cristina Miller)
- Robin Jones Gun (Noite Estrelada - Série Cris 08).

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Deus é Justo!

"Deus é justo. As coisas que nos acontecem por vezes
não nos parecem justas da nossa perspec­tiva,
mas, no final, Deus acerta tudo
quando a gente deixa os resultados com ele."
- Robin Jones Gunn (Noite Estrelada - Série Cris 08)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Mais Tarde, Cris!

Mesmo tendo ido deitar-se depois da meia-noite, Cris acordou às 5:15, e não conseguiu mais dormir. Depois de revirar-se na cama por meia hora, levantou-se. Abrindo as cortinas de bordado inglês, olhou para a praia, sentindo-se como uma ave olhando a terra do alto de seu poleiro. 

A praia deserta sempre a fascinava com sua imensidão. Gostava principalmente desse cenário à luz do amanhecer, quando uma neblina tênue subia do mar, dando um halo macio à areia. Tudo lá fora parecia um mundo de sonhos, e a manhã a convidava a caminhar em silêncio. 

Seguindo seu impulso, Cris vestiu jeans e uma malha, e desceu bem quietinha, ao encontro da névoa matinal. A umidade deu-lhe uns calafrios e ela desejou ter trazido um casaco. Começou a correr para aquecer-se, sentindo a areia encher o tênis.

Encheu os pulmões do ar úmido enquanto corria. Um acesso de tosse fez com que parasse e sentasse na areia por um momento. Tinha ido bem longe e resolveu recuperar o fôlego antes de reiniciar o cooper. Esperava conseguir entrar em casa sem ser notada e dormir majs algumas horas. 

A mente e as emoções não estavam mais sossegadas. Mas, pelo menos, correr ajudava a se cansar um pouco. 

Já ia virar-se para voltar quando notou outra pessoa correndo em meio à neblina, vindo em sua direção. Pela primeira vez, sentiu medo de estar sozinha na praia. Reconheceu que fora loucura sair desacompanhada. Percebeu também que se de repente levantasse e começasse a correr, ela logo a notaria. Com o coração batendo rápido, resolveu ficar parada, na esperança de que ela não a avistasse.

Envolvendo os joelhos com os braços, e olhando para baixo, pensou: "Continue correndo, continue correndo, você aí. Não me veja. Sou Invisível". 

Os pés do corredor se aproximaram. Para horror dela, o rumor de suas passadas cessou bem na sua frente. Compreendeu que ele estava parado, olhando para ela, examinando-a.

Ele chegou mais perto e sentou-se ao seu lado. Ela ouvia-o arfar. 

Sem erguer o olhar e antes que ele dissesse uma palavra, compreendeu que era o Ted.

Ficaram ali sentados muito tempo, um ao lado do outro, em silêncio. Imóvel, Cris ouvia a respiração do Ted mudar de ritmo, desacelerar-se.

Sentia os passos de outro corredor vindo na direção deles e usou a oportunidade para levantar a cabeça e ver quem passava. 
- Bom dia, disse-lhes um senhor mais velho. Bela manhã, não é? 
- Bom dia, respondeu Ted quebrando o silêncio. 

Para surpresa dela, no momento em que ouviu a rica voz de Ted, algo dentro dela estremeceu-se, e começou a chorar. Piscava os olhos, contraindo a garganta, mas as lágrimas continuavam jorrando. 

Esforçando-se para falar, Cris sussurrou: 

- Desculpe! 
 
- Eu... começou. Sei que ontem à noite ficou parecendo que eu queria namorar o Rick, mas não é isso, não. Foi um encontro. Não estou namorando ele. O que sinto por você não mudou nada. 

- Eu sei, disse Ted. 

Cris suspirou aliviada e continuou, com medo de que, se parasse, nunca dissesse o que lhe ia no coração. 

- Não sei exatamente o que dizer, Ted. Já tentei antes e nunca consegui achar as palavras certas. Gosto de você de verdade. Quero-lhe muito bem. Nunca gostei de ninguém como gosto de você. Eu... 

Sabia que ainda não poderia dizer a palavra “amo” mas tinha existir algum termo mais forte do que “gosto”. Não encontrava tal palavra. 

- Eu realmente gosto de você, Ted, Espero que entenda o que estou dizendo. 

Cris sentiu-se como se lhe houvessem aberto o peito, e agora 
estivesse com o coração na mão, esperando que Ted o aceitasse. 

- Entendo bem o que você está dizendo, Cris, disse ele e fez uma pausa. 
Em seguida, com palavras rápidas, pensadas, como se tivesse ensaiado a noite toda, continuou: 

- Mas você tem mais dois anos de colegial pela frente, e precisa se sentir livre para fazer amizades e sair com quem você quiser sem achar que tem de me pedir desculpas. Foi egoísmo de minha parte pensar que eu pudesse segurá-la e esperar você crescer. 

Suas palavras foram como um balde de água gelada e salgada no rosto. Todos os seus sentimentos vulneráveis e transparentes de alguns segundos antes transformaram-se imediatamente em raiva. 

"Esperar que eu cresça? Que é que ele acha que eu sou? Uma criancinha?" 

Suas lágrimas rolavam como pedrinhas quentes de raiva. Irrefletidamente, deixou escapar: 

- Muito bem, então eu mando sua pulseira pelo correio. 

- Não, ela é sua para sempre. Lembra-se do que eu disse quando a entreguei para você? Não importa o que acontecer, vamos ser amigos para sempre. Eu estava sendo sincero naquela hora, e estou sendo agora. 

Incrível! pensou Cris, enxugando as lágrimas. Eu abro o coração e ele me manda crescer! Não posso nem ter a satisfação de “acabar”, porque ele não aceita de volta a pulseira. 

Ficaram sentados em silêncio, aparentemente sem mais nada a dizer. Então, bem ao jeito dele, Ted colocou a mão sobre a testa de Cris e perguntou: 

- Posso abençoá-la? 

- Me abençoar? 

- Cris, começou Ted, sem esperar que ela desse permissão, que o Senhor te abençoe e te guarde. Que o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz. E que você sempre ame a Jesus em primeiro lugar, acima de tudo. 

Me abençoar? pensou ela no momento em que ele terminou. Faça o rosto do Senhor brilhar em mim e me dar paz? Neste momento, eu sinto tudo, menos paz! Ted, seu superespiritual, você devia era me abraçar, dizer que me ama e que vai lutar pra me reconquistar! 

Ted levantou-se. 

O quê? Só isso? Eu lhe entrego meu coração e você me diz pra crescer e aí ministra uma espécie de bênção apóstolica para que tudo fique certo?! Agora vai embora, assim, simplesmente? 

Ted firmou os pés na areia e olhou as ondas com os braços cruzados sobre o peito largo. 

- Vou para Oahu, anunciou. 

Cris ergueu-se de um salto. 

- O quê? 

Uma coisa era vê-lo ministrar-lhe a “bênção”, tencionando deixá-la à vontade para sair com quem quisesse; outra coisa era ouvir-lhe o plano de partir para longe, o que a encheu de desespero, dando-lhe uma pungente sensação de perda definitiva. 

- Resolvi pegar o circuito de surfe com o Kimo, como eu e ele combinamos quando éramos garotos. Telefonei para ele ontem à noite e ele disse que posso ficar em sua casa na Praia Norte. Vou embora amanhã, 

- Amanhã? Ted! exclamou ela com medo e raiva misturados às palavras. Por quê? O que está acontecendo com você? 

Ele explicou sucintamente: 

- Vou estudar na Universidade do Havaí. À matrícula é segunda-feira. 

- Na Universidade do Havaí? Por que lá? 

- Porque assim posso fazer um semestre de faculdade antes da competição de surfe. Com isso meu pai vai ficar muito contente. 

Seu pai vai ficar contente? E eu? Não estou nem um pouco contente por vê-lo partir. E você? Você realmente quer fazer isso, ou resolveu ontem à noite quando me viu com o Rick? 

- Ted, o que está acontecendo conosco? Que é que há? 

Ele virou-se para ela e fitou-lhe a vista, afogada no pranto. 
Seus olhos azuis-prateados que cem vezes abraçaram os de Cris estavam agora distantes, embaçados num nevoeiro aguado. 

- Estamos mudando, Cris. Só isso. Nós dois estamos mudando. 

De repente, inesperadamente, Ted envolveu-a num abraço apertado. Em seguida, largou-a e saiu andando pela praia. 

- Ted! gritou Cris, mas ele continuou se afastando. 

Corra atrás dele, Cris! Lance os braços em volta dele. Convença-o não ir embora para Oahu. Esta é sua última chance! Faça alguma coisa! 

A mente jorrava ordens, e as emoções corriam numa velocidade apavorante, mas os pés se recusaram a mover-se. A garganta fechou-se, e ela ficou parada, gelada e sem palavras. Enquanto isso, Ted se afastava dela cada vez mais. 

- Tchau, Ted sussurrou ela em meio ao ar fino da manhã. 

A certa distância, Ted virou-se, limpou rapidamente os olhos com o braço, e fez um sinal de que estava “tudo legal”.

- Mais tarde, Cris! gritou ele, e o som de sua voz rouca pesou no ar como o chamado de um grande abismo.

- Trecho do Livro "Um Brilho de Esperança - Série Cris 06", de Robin Jones Gunn.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A Gruta Azul

- Pensei muito em você ontem Cris. Fomos à Gruta Azul. Já ouviu falar? 

- Não. 

Cris ouviu o eco de seu "não" no telefone, e em seguida Rick continuou. 

- Entramos num barquinho, mescla de barco a remo e gôndola. O cara nos levou até um lugar que mais parecia uma caverna e tivemos de nos curvar no fundo do barco para entrar, tão baixa era a entrada da gruta. Lá dentro, a água tem um tom de azul muito diferente. De alguma forma, o sol reflete dentro da caverna. Não me lembro o que provoca isso, mas tudo lá dentro parece azul por causa do sol e do reflexo da água sobre as rochas. 

- Deve ser lindo! 

- Não apenas lindo. É incrível. Estarrecedor. Era de matar, Cris, que nem os seus olhos. Senti a caverna toda cheia de Cris, falou ele e parou. 

Cris deixou essas palavras românticas lhe subirem à cabeça. 

- Seria lá que eu levaria você no seu aniversário, continuou o rapaz, se fosse escolher qualquer lugar no mundo inteiro, Cristina. Eu levaria você à Gruta Azul na ilha de Capri. Houve uma pausa, e Cris teve certeza de que, lá do outro lado do mundo, ele devia estar ouvindo as batidas de seu coração pelo telefone. 

Ele voltou a brincar, dizendo: 

- Vamos ter de verificar todos os restaurantes italianos no sul da Califórnia para ver se existe algum chamado "Gruta Azul". Se existir, é lá que vamos jantar em agosto.

- Trecho do Livro "Ilha dos Sonhos - Série Cris 05", de Robin Jones Gunn.