sábado, 29 de setembro de 2012

Eu Posso Esperar

- Ouviu falar sobre a festa de formatura? perguntou ele. Pelo que soube, não perdemos grande coisa. 

- Por que você não foi? perguntou Cris, com um tom quase de acusação. 

Rick parecia surpreso. 

- De que adiantava ir sem você? 

Cris deu-lhe uma olhada firme como quem dizia "Por que você não diz simplesmente a verdade?!" Ele murmurou algumas palavras sem nexo antes de desviar o olhar, e confessar: 

- Está bem, eu conto pra você, Cris. Na verdade, já deveria ter-lhe falado, continuou ele baixando a voz. Meus pais não queriam que eu fosse. 

- Rick, não precisa se envergonhar disso. Se ainda se recorda, foi essa a razão pela qual eu também não pude ir. 

- Tem mais, continuou Rick. Meus pais disseram que eu só poderia ir com uma moça crente, de preferência da nossa igreja. E eu mesmo é que deveria cobrir todas as despesas. 

- Então por que não foi com uma das meninas da igreja? Ele fitou-a como se a pergunta fosse totalmente boba. 

- Porque nenhuma delas é o meu tipo. Sabe, tipo lê-lê-lê-ô (uma líder de torcida). Além do mais, sabe quanto custa? Até que se alugue um fraque, compre flores e tudo o mais, vai-se metade das minhas economias. Por tanto dinheiro, eu não iria com uma garota que ficasse a noite toda dando risadinhas com as amigas. 

Fazia sentido. A personalidade do Rick ia ficando mais transparente para Cris à medida que ele falava. Katie tinha razão. Ele queria mesmo transformá-la no "seu tipo de garota". Alguém que exteriormente tivesse todos os atributos. Uma menina que lhe desse total atenção e o seguisse por todo lado, tímida e quietinha, deixando que ele fosse a estrela. 

- Sabe, Rick, falou sentindo o coração bater forte, não tenho certeza de que sou o tipo de garota que você gosta. 

- Claro que é! Ou pelo menos vai ser! Eu posso esperar. 

- Então vou dizer-lhe com outras palavras. Não sei ao certo se você é o tipo de rapaz de que eu gosto. Veja bem; eu quero alguém que seja paciente e bondoso, e não ciumento. Um cara que saiba que o que somos por dentro é mais importante do que o que somos por fora. E acho que você não é assim. Mas poderia ser, acrescentou ela. Eu posso esperar. 

Em seguida virou-se e saiu, andando rápido e pisando forte, com o coração em disparada.

- Trecho do Livro "Coisas do Coração - Série Cris 04", de Robin Jones Gunn.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não Deboche de Algo Que Deus Criou

- Vocês, rapazes, não detestam quando uma moça se joga em cima de vocês do jeito que ela fez? disse Cris

- É, creio que sim. 

- Tenho certeza, Ted! Ela estava flertando com você des­caradamente! 

- Algumas garotas são assim. 

- Mas Ted, ela é tão vulgar! Viu como a maquiagem dela está carregada? Que cara de bolo enfeitado! 

Ted parou bem na frente de um restaurante mexicano. Levantou o queixo de Cris e lançou-lhe um olhar penetrante. E numa voz que a abalou e ao mesmo tempo derreteu seu coração, ele disse: 

- Cris, vou lhe dizer uma coisa que espero que você nunca esqueça. 

Seu toque no queixo de Cris era suave, mas firme e decisivo. Ela sabia que ele iria dizer algo que marcaria sua vida. 

- Foi Deus que fez o rosto dela. 

Cris piscou, tentando entender o significado do que ele dizia. 

- Deus a criou, Cris. Foi Deus que fez o rosto daquela garota. Fico muito chateado quando alguém debocha de algo criado por Deus. 

Ele soltou-a, mas Cris permaneceu imóvel tentando conciliar as palavras dele com as suas próprias emoções em ebulição. E como que acrescentando um P.S., ele completou: 

- Não entende? As pessoas olham o exterior, mas Deus olha o interior, o coração. 

Ela estava abalada. Fora sacudida no mais profundo do seu ser. Como o Ted podia fazer uma coisa dessa com ela? Ele se zangara por ela ter tido uma atitude não-cristã em relação àquela moça, por ter desejado fazer picadinho dela? 

Puseram-se novamente a caminhar lado a lado, em silêncio. Uma vez fora do shopping, já na rua calma, ladeada de árvores, Cris tomou coragem e passou o braço pelo dele. 

- Desculpe-me! sussurrou. 

Ted tomou-lhe a mão, apertando-a. Ela se sentiu tranquila e segura. As expectativas que tivera para essa noite encantada voltaram. Ela ainda não tinha terminado. Ainda poderiam ficar sob o jasmineiro. Ele ainda poderia convidá-la para sua festa de formatura. 

- Nunca se torne orgulhosa a ponto de não conseguir dizer essas palavras, Cris. 

- O quê? Desculpe-me? 

- Sim. Só pessoas de coração quebrantado conseguem se arrepender. E os corações quebrantados são os únicos que Deus pode pegar e moldar.

- Trecho do Livro "Coisas do Coração - Série Cris 04", de Robin Jones Gunn.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Olhos de Matar

- Puxa, garota! disse Rick, abanando a cabeça e fitando-a. Se você soubesse como fica quando faz assim! 

- Faz o quê? 

- São seus olhos. Você tem uns olhos de matar, Cris. Um jeito todo especial de olhar para um cara. Você nem imagina o que faz com a gente. 

Cris sentiu o sangue subir-lhe ao rosto. Com um pouco mais de ousadia que de costume, ela disse baixinho: 

- Bem, Rick, você tem um jeito de usar as palavras certas e fazer uma garota se sentir como massinha. 

- Como massinha? 

- Sim, de modelar. Macia e flexível. 

- Pois bem, Olhos-de-Matar, você faz o mesmo com um cara quando o brinda com esse olhar todo inocente e feliz. 

De brincadeira, Cris piscou várias vezes seguidas e, imitando a voz de uma personagem de filme, perguntou: 

- Quer dizer assim, Rick? 

- Não, falou Rick com expressão séria. É por isso que seu olhar é lindo: você nem sabe o que é. É natural em você; é sua inocência. Não tem muitas meninas nesta escola com esse seu jeito. 

Olharam um para o outro e Cris sentiu-se aquecida, energizada, e bem mais animada como há muito tempo não se sentia. 

- É melhor você ir, disse o rapaz, senão se atrasará para o treino. 

- Obrigada, Rick, respondeu ela, impulsivamente, dando-lhe um abraço de amigo. 

Rick retribuiu o gesto.

- Trecho do Livro "Coisas do Coração - Série Cris 04", de Robin Jones Gunn.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Seu Para Sempre

Naquele momento, Ted parou num sinal fechado. Sem dizer nada, desligou a kombi, abriu a porta, saltou para fora e correu para o lado da Cris. Abriu a porta do lado dela e agarrou a mão da garota, dizendo: 

- Não acredito! É perfeito! 

- O quê? Ted! O que é que você está fazendo? 

Puxando Cris pela mão, tirou-a da kombi e conduziu-a para a frente onde os faróis iluminavam os dois destacando-os como se estivessem sob holofotes. 

- É isso mesmo! Estamos em algum ponto no meio dos dois extremos. E é mais ou menos como estar num cruzamento movimentado, no meio da rua! 

Os olhos de Cris correram do Ted para o sinal de trânsito. Foi então que percebeu. Era o "lugar" deles! Estavam bem no meio do cruzamento. Ted enfiou a mão no bolso do fraque e tirou uma caixinha retangular amarrada com uma fita branca. Com a animação de um garotinho, disse: 

- Eu não sabia qual era a melhor hora para lhe dar isto, mas parece que tanto faz agora ou qualquer outra hora. Vamos! Abra! 

Os carros zarpavam ao lado deles. Cris riu alto. Só mesmo o Ted para fazer isso! Arrancou a fita e o papel. Dentro havia uma pulseira com uma delicada plaquinha de ouro. 

- Ted, é linda! 

- Leia o que está gravado. 

Ela virou-a para a luz do carro e leu a plaquinha de ouro: "Para Sempre". 

O sinal abriu e o carro atrás deles buzinou. Ted deu a volta no carro e acenou para que o ultrapassassem, como se fosse um guarda de trânsito. 

Ela sabia que todo mundo estava olhando-a, ali de pé, toda produzida, com o vestido preto de festa e os brincos de brilhantes de sua tia, segurando a caixinha de presente numa mão e a pulseira de ouro na outra. Mas não se importava. Estava bem no meio da rua, bem no meio do seu relacionamento com o Ted, e era bem onde ela queria estar: nem mais para um lado, nem mais para o outro. E no momento, nada mais tinha importância. 

- Deixe que eu ajudo a colocar, disse Ted prestativo, voltando para onde Cris estava. 

Colocou a pulseira no braço dela, abriu o minúsculo fecho e, após várias tentativas, conseguiu fechar com segurança. Pegou então a sua mão, e disse: 

- Estou realmente sendo sincero nisso, Cris. Não importa o que vier depois, não importa se você conhecer outros caras, ou se ficarmos distanciados por muitos quilômetros. Um pedaço de você estará sempre aqui, afirmou batendo levemente no peito. Você está no meu coração. É minha amiga. Sinceramente não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas não estou preocupado. Deus sabe. Vamos passar a eternidade com ele. Com esta pulseira, estou querendo dizer: "Aqui está a minha amizade. Prometo sempre ser seu amigo. É sua para sempre."

- Trecho do Livro "Seu Para Sempre - Série Cris 03", de Robin Jones Gunn.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Por Uma Garota Como Você

Depois da aula, Cris abriu o escaninho e tirou seus livros. Subitamente sentiu alguém lhe dar um tapinha nas costas. Virou-se de repente, e seus livros voaram como se fossem pesos arremessados por um atleta. Olhou para os livros esparrama­dos no chão, aos pés de alguém de tênis branco. 

Levantando a cabeça devagar, viu uma calça jeans Levis, um casaco azul e dourado, chegando enfim aos olhos castanhos que só podiam ser do Rick. 

- Oi, disse ela rindo. Acertei você? Foi sem querer. Isto é, eu não vi... 

- Já pensou em competir no atletismo? brincou Rick. Você faz um arremesso de peso! Cris enrubesceu. 

- É, parece que você tem uma semana cheia pela frente, dis­se Rick com um sorriso, ajudando-a a pegar os livros. 

- Não exatamente, replicou Cris. 

- Você só quer parecer estudiosa, certo? Cris sentia que estava corando ainda mais. Suas bochechas na certa deviam estar vermelhinhas. 

- Você vai dar uma parada nos estudos para assistir ao homecoming, na sexta-feira? perguntou Rick, encostando o braço no armário. 

A garota abaixou a cabeça. 

- Não. Não vou não, respondeu ela, na esperança de que ele não perguntasse por quê. 

Era vergonha demais admitir que estava de castigo. 

- Não vai nem ao jogo para ver a gente vencer o "Vista High"? 

Cris olhou-o, hesitante, e abanou a cabeça. 

- Vamos fazer o seguinte: Que tal eu pegar você depois do jogo e irmos à festa do homecoming? sugeriu Rick, com voz gra­ve e forte. 

Cris arregalou os olhos azul-esverdeados, quase sem acredi­tar no que estava ouvindo. Ele estava convidando-a para sair! O que deveria responder? 

- Rick, começou Cris, procurando as palavras certas. Eu re­almente gostaria de sair com você. Mas, sabe ... bom, meus pais só me darão permissão pra sair sozinha com um rapaz depois que eu completar dezesseis anos, disse ela, respirando fundo. 

Imediatamente ela sentiu-se tomada de pânico. Será que ele vai me achar infantil? Será que estraguei tudo contando isso? Fitou o livro que estava segurando e, devagarinho, foi levantando o olhar novamente. 

Rick não se mexeu. 

- Talvez essa seja uma das coisas que tanto admiro em você, disse ele, com um sorriso largo. 

Cris arregalou ainda mais os olhos, encarando-o atentamen­te. 

- É a sua sinceridade. Acho que as garotas mais lindas são as mais inocentes. 

Cris quase não acreditou no que ouvia. O coração disparou. Esse é o tipo de coisa que toda moça sonha ouvir de um rapaz! Será que ele estava sendo sincero? 

- Então, disse Rick, mudando os livros para o outro braço. Quando é o seu aniversário? Cris riu. 

- Só em julho. Vinte e sete de julho. 

- Então só faltam oito, nove meses? Vale a pena esperar esse tempo por uma garota como você. 

Cris não sabia o que fazer. Queria abraçá-lo e dizer que essa fora a coisa mais maravilhosa que alguém já lhe falara. Queria dizer também que o achava o cara mais fantástico da face da terra. Contudo nenhuma palavra lhe vinha à boca. Tentava pen­sar em algo inteligente e legal para falar, mas só conseguia sor­rir, engolir em seco, e sorrir novamente.

- Trecho do Livro "Segredos e Surpresas - Série Cris 02", de Robin Jones Gunn.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Pedro Incrédulo e Katie Cristã

Deixem-me mostrar-lhes uma coisa, disse o profes­sor durante a aula dominical. Eis o que penso sobre o "namoro missionário", isto é, quando você acha que é missionário e tem de namorar todas as belas incrédulas de sua cidade. 

Todos riram. 

- Ríck, venha aqui. Fique ao lado da minha cadeira, está bem? Isso, aqui mesmo. Agora, vejamos... Katie! Venha aqui, Katie, e suba em minha cadeira. E isso aí. Está bem. Agora, Rick, você é "Pedro Incrédulo". 

O grupo caiu na risada. Cris riu também. Rick parecia tão resoluto e autoconfiante ali, ao lado da cadeira, de braços cru­zados! 

- E Katie, você é "Katie Cristã". 

Katie, os olhos verdes brilhando mais que nunca, fez uma pequena reverência, equilibrando-se sobre a cadeira. Cris sentiu uma pontinha de inveja. Mas sabia que teria morrido de vergo­nha se o professor a tivesse chamado para ficar em pé, ao lado de Rick, na frente da classe. 

- Katie, você é uma cristã totalmente comprometida com Deus. Entregou sua vida a Cristo, quer viver para ele e obede­cer-lhe em tudo. 

- Rick, quer dizer, Pedro Incrédulo, você não entende nada das coisas do Senhor. Não que não tivesse ouvido o evangelho. Mas ainda não entregou a vida a Cristo. Só sabe viver de acordo com os princípios do mundo, seguindo os próprios desejos. 

Rick fez pose de vilão de peça teatral antiga. Abriu um sorriso largo, mostrando bem os dentes, levantou as sobrancelhas e torcia um bigode imaginário. 

- Katie, você acredita que o namoro missionário é o único jeito de alcançar esse cara, e então começa a namorá-lo. 

- Óooooo, Katie! gritou Jane, enquanto os outros riam. 

- E assim, Katie, você e Pedro dão as mãos. Katie obedeceu, o rosto imediatamente ruborizado, quase con­trastando com o cabelo ruivo-alaranjado. 

- Katie, você é uma cristã tão firme, que vai influenciar o Pedro Incrédulo. Então, puxe-o para cima da cadeira onde está. Isso, puxe com força! 

Katie puxava com toda força, mas Rick quase nem se mexia. 

- Não é fácil, hein? Agora, Pedro Incrédulo, tente influenci­ar nossa Katie Cristã. Puxe-a para baixo. 

Rick deu um rápido arranco e Katie literalmente caiu da ca­deira nos braços dele. Com um movimento rápido, ele a segu­rou evitando que ambos caíssem ao chão. 

A classe disparou a rir, e Katie afastou-se de Rick. De rosto ainda vermelho, ela perguntou ao professor: 

- Posso me sentar agora ou você ainda quer que eu deite na frente de um trem ou coisa parecida? 

- Obrigado, Katie. Você tem excelente esportiva. Pode sen­tar-se. 

Rick e Katie voltaram aos seus lugares, e o professor conti­nuou demonstrando sua lição. 

- O que vocês acham? Era mais fácil a Katie Cristã elevar o namorado para o seu nível, ou o Pedro Incrédulo puxá-la para o seu? 

A turma ficou em silêncio. Ninguém precisava responder. 

Todos entenderam.

- Trecho do Livro "Segredos e Surpresas - Série Cris 02", de Robin Jones Gunn.

domingo, 23 de setembro de 2012

Um Encontro Inesperado

Quando o carro estava descendo a rampa de entrada da garagem, Cris, chorando, deu uma última olhada na casa e na praia, e pensou no Ted mais uma vez. Estava tudo acabado: as férias, seu primeiro amor... 

O carro parou no sinal fechado. Era o mesmo cruzamento que ela e Ted haviam atravessado no passeio de bicicleta dupla. Ted. Só pensar nele dava uma dor no coração! Cris engoliu em seco, tentando desfazer um nó na garganta. 

- Estou de farol aceso? perguntou Bob (tio de Cris) a Marta (sua esposa). 
- Não. 
- Então por que o cara atrás de mim está piscando os faróis e abanando as mãos? 

Cris virou-se. 
- É o Ted! Fique parado aí! 
- Mas querida, o sinal acabou de abrir! protestou Marta. 

Cris saltou do carro e correu até a "Kombi Nada". Ted desceu da kombi, deixando o motor ligado, e entregou-lhe um pequeno buquê de cravos brancos. Sua flor predileta! Como ele sabia? Será que havia conversado com sua tia de novo? Nessas alturas, não estava nem se importando mais. 

- Ainda bem que você parou, disse Ted, com um sorriso que fazia aparecer as covinhas. A buzina da "Kombi Nada" não quer funci­onar hoje. 

- Obrigada pelas flores. 

- De nada. Ei! A Trícia me telefonou ontem e contou que você aceitou a Cristo! 

- Sim! disse Cris, baixando timidamente o olhar. Finalmente tudo fez sentido, e percebi que era hora de entrar no barco como você havia dito. 

- Você nem imagina o quanto estou feliz! Tenho estado tão chateado com a história do Sam... Mas saber que você tornou-se cristã é o fato mais animador que poderia me acontecer no momento. 

Olhando mais uma vez seu rosto forte e bronzeado, Cris ten­tava desesperadamente memorizar tudo nele: os olhos azul-prateados, as covinhas, o cabelo clareado pelo sol. 

O motorista do carro atrás de Ted, cansado de esperar, deu a volta, passou por eles buzinando e atravessou o sinal ama­relo. 

- Acho que precisamos ir, disse Ted, com um daqueles seus maravilhosos sorrisos confiantes. Meu endereço na Flórida está no cartãozinho das flores. Não prometo escrever muito, mas se você me escrever, prometo responder. 

- Tudo bem, concordou ela, esforçando-se para não chorar, e sussurrou: Até logo, Ted. 

Ele se inclinou, lá no meio da avenida, na frente de todo mundo, e lhe deu um beijo suave nos lábios. Um beijo breve e terno. O tipo que vem somente do amor inocente, cuja memória dura para sempre. 
- Vou sentir sua falta, murmurou Ted. 
- Eu também vou sentir sua falta! 

Ted ergueu o olhar e mudou o tom de voz. 
- Sinal verde de novo. Precisamos ir. 
- Até logo! gritou ela, correndo para o carro. Prometo escrever. 

Bob acelerou, deixando a "Kombi Nada" para trás no sinal fechado. 
Por alguns instantes reinou profundo silêncio no carro, enquanto Cris encostava os lábios no buquê de cravos, relembrando aquele primeiro beijo. 

- Bem, disse Marta com satisfação. Só para você saber, eu não tive nada a ver com esse encontro. 
- Não mesmo? disse Cris com voz leve e em tom sonhador. Como ele soube que cravos brancos eram meus prediletos? 

- Kismet, declarou Bob. 
- O que é isso? 
- Algumas coisas são simplesmente inexplicáveis. Você tem de entender que há uma força superior comandando tudo. 
- E há mesmo! concordou Cris. Eu o conheço pessoalmente.

- Bem, isso é muito bonito, querida. É uma forma simpática de se pensar em Deus. 
Marta abaixou o quebra-sol para verificar a maquiagem no espelhinho. 

- É mais que isso. Eu fiz uma promessa a Deus nestas ferias. Prometi a ele todo o meu coração. Agora confio nele e espero que ele faça aquilo que achar melhor na minha vida.

- Trecho do Livro "Promessas de Verão - Série Cris 01", de Robin Jones Gunn.

sábado, 22 de setembro de 2012

Curtindo a Praia Entre Amigos

O sol desaparecia na linha do horizonte como uma imensa bola alaranjada. 

O grupo de onze jovens ajuntou-se em volta da fogueira, começando a cantar músicas que Cris nunca ouvira antes. Algumas eram suaves, outras mais animadas. Contudo todas falavam sobre o Senhor, ou melhor, eram canções que eles cantavam para Deus.  

"Este é o lugar mais lindo do mundo", pensou Cris. "Que noite perfeita!" (...) 

Cris nunca sentira o coração tão cheio de alegria como agora. 

O grupo permaneceu em torno da fogueira até o último pedaço de lenha virar brasa. Então cada um orou. Alguns oravam pela família, outros pela conversão dos amigos, outros ainda agradeciam a Deus pelo que ele fez por eles. Cris foi a penúltima a orar e, para sua surpresa, as palavras saíram com facilidade. 

- Querido Senhor, quero lhe agradecer por ter entrado na minha vida hoje de manhã. Esteja com minha família, ajudando-nos com os problemas que estamos enfrentando agora, e por favor, esteja comigo na minha viagem de volta amanhã. Amém. 

Douglas, que deveria orar em seguida deu um abraço em Cris e perguntou: 
- Você fez isso mesmo? 
- Isso o quê? 

Cris abriu os olhos assustada. Todo mundo estava olhando para ela. 
- Você convidou Jesus para entrar em sua vida hoje de ma­nhã? 
- Sim, respondeu, surpresa com a reação do pessoal. 

Todos falavam ao mesmo tempo. 
- Mas isso é ótimo! Que maravilha! Que legal! Temos orado tanto por você! 

Ajuntaram-se todos ao seu redor e a abraçaram. Cris ficou admirada com a alegria que eles estavam demonstrando. Nunca se sentira tão amada e aceita como naquele momento.

- Trecho do Livro "Promessas de Verão - Série Cris 01", de Robin Jones Gunn.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Cris Decide Entrar no Barco

Envergonhada, Cris escorregou da cama e pegou a Bíblia e se pôs a ali­sar as páginas amassadas. 

- Desculpe, sussurrou ela. É que não acho nada disso certo. Por que minha tia me fez de boba assim? Por que o Ted concordou em fazer o que ela queria? E por que tenho de ir para casa amanhã? Agora as coisas nunca vão dar certo entre mim e o Ted. 

Cris percebeu que estava conversando com Deus como se fosse a coisa mais natural do mundo, da mesma forma como vira seus amigos falarem com ele. 

- Não sei qual é o meu problema. Só sei que estou perdendo o controle das coisas. Parece que tudo ao meu redor está desmoronando. O que foi que eu fiz de errado, Deus? 

No silêncio que se seguiu, uma lembrança atingiu-a como uma flecha: o pesadelo de semanas atrás. Ao recordá-lo, todos aqueles sentimentos voltaram, derrubando-a como uma onda em toda sua força. Era como se ela estivesse novamente dependurada na borda de um barco. Os tentáculos de algas marinhas estavam se enrolando nela, cada vez mais apertados. Estava vivenciando aquela sensação de terror novamente: o momento em que tinha de resolver se entraria no barco ou se deixaria as algas puxá-la para o fundo do mar. Só que desta vez estava acordada, e o sonho agora era a realidade que estava vivendo. Não dava para ignorá-lo. 

Como o Ted dissera, Jesus era o barco. E se ela quisesse ir para o céu (ou para o Havaí, como Ted havia exemplificado), tinha de entrar no barco. 

Cris compreendeu o que tinha de fazer, e teria de ser agora. Ajoelhou-se ao lado da cama, inclinou a cabeça e fechou os olhos. Falou alto, mas com voz calma. 

- Deus, eu sei que o que falta em minha vida é você. Quer dizer, eu tenho ouvido falar de você minha vida inteira, mas não o conheço como o Ted e a Trícia dizem conhecer. E quero conhecê-lo pessoalmente. Entra em minha vida, Senhor. Perdoa os meus pecados e entra em minha vida agora mesmo. Prometo que todo o meu coração será seu pra sempre. Amém. 

Abriu os olhos e virou-se para ver seu reflexo no espelho Não parecia diferente de quando se levantara da cama: cabelo desgrenhado, roupas amassadas, olhos de guaxinim (por causa do rímel manchado). Mas por dentro sabia que havia mudado. Nada de loucura emocional, nada disso. Simplesmente estava limpa. Segura. Feliz. Ela sorriu e abraçou a Bíblia. Acabara de entrar no barco, e a aventura estava prestes a começar.

- Trecho do Livro "Promessas de Verão - Série Cris 01", de Robin Jones Gunn.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Do Jeitinho Que Sou

"Quando olho para mim, me decepciono.
Quando olho para os outros, me sinto pequena.
Mas quando olho para o Senhor,
encontro um amor incondicional
que me aceita assim, do jeitinho que sou".

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eu Sei

Eu sei que o Teu Espírito
pode me tornar uma pessoa melhor
Eu sei que a Tua Luz
Pode clarear lugares mais tenebrosos do meu coração
E revelar segredos existentes nele
Das quais eu nem mesma sei.

Sim, eu sei que o Teu Espírito
Pode sondar meu coração
Remover as pedras
Curar as feridas
Trazer a vida
E contagiá-lo com Tua alegria.

Em Ti não há impossível
Levanta o pobre do pó
Do monturo tira o necessitado
Faz rico o miserável
E atenta para aqueles que o mundo finge não existir.

Assim és Tu
E eu sei que o Teu Espírito também pode
Transformar meu coração
Num coração melhor, num coração parecido com o Teu.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Mais de Ti

Meu coração anseia por mais de Ti.
Por isso vem Jesus e me ensina a te servir.
Com minha vida e com tudo o que faço.
Que tudo seja uma adoração contínua a Ti.

Intimidade contigo é tudo o que busco ter.
Uma vida de santidade e de louvor a Ti.
Não quero me contentar com um andar religioso.
Mas de entrega, temor e obediência a Ti.

Reconheço que sem Ti não sou nada.
Mas quando estou contigo tenho tudo o que preciso.
Por isso quero me lançar em teus braços sem reservas.
E confiar que como Pai,
O Senhor sabe o que é melhor pra mim.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Amar a Deus

É fácil acreditar que Deus nos ama quando, numa manhã ensolarada, estamos de bem com a vida e respirando um ar puro e doce.
Mas e quando estivermos vivendo dias cinzentos e tudo - inclusive nosso coração - estiverem tentando nos provar o contrário, será que continuaremos com essa certeza?

É fácil confiar em Deus quando não temos nada com que nos preocupar e podemos ter uma noite tranquila de sono.
Mas e quando as tempestades e tribulações nos cercarem por todos os lados, será que continuaremos crendo na sua fidelidade?

É fácil adorarmos e confessarmos nossa obediência a Deus entre quatro paredes.
Mas e quando estivermos passando por grandes tentações, será que teremos forças para testificar que não o adoramos apenas por palavras, mas sim com as nossas ações?

É fácil ser cristão no conforto da própria casa ou na igreja onde congregamos, junto de outros cristãos.
Mas e quando estivermos no mundo desconhecido, cercado por pessoas que não aprovam o evangelho, será que continuaremos proferindo a nossa fé?

É somente passando por pequenas provas como essas que vamos conhecer quem realmente somos; e se realmente confiamos e amamos a Deus como dizem as nossas palavras.

Eu não quero que a minha comunhão com o Senhor se limite apenas a um dia por semana.
Não quero adorar a Ele somente quando estou sozinha no meu quarto.
Não quero confessá-lo aos outros apenas quando digo que sou evangélica.
Não quero achar que servir a Deus se resume a: ler a Bíblia, jejuar e ir a igreja".
Afinal, ser cristão é muito mais que isso...

domingo, 16 de setembro de 2012

Enquanto Você Puder


“Faça todo o bem que puder,
com todos os recursos de que dispuser,
de todas as formas que puder,
em todos os lugares que puder,
sempre que puder, a todas as pessoas que puder,
enquanto você puder”.
- John Wesley

sábado, 15 de setembro de 2012

A Arte da Escrita

A maioria dos estudantes pensa que escrever é colocar idéias, insights e visões no papel. Acham que, primeiramente, precisam ter alguma coisa a dizer antes que possam efetivamente escrevê-la. Para eles, escrever é um pouco mais do que registrar um pensamento preexistente.

Porém, com esta abordagem, o verdadeiro ato de escrever torna-se impossível.  Escrever é um processo no qual descobrimos aquilo que vive dentro de nós. O próprio escrever revela o que está vivo (...) A mais profunda satisfação ao escrever é exatamente que este ato abre novos espaços dentro de nós dos quais não tínhamos consciência antes de começar a escrever. Escrever é embarcar numa jornada cujo destino final não sabemos. 

- Henri Nouwen.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Mantenha Seus Olhos em Jesus

Mantenha seus olhos naquele
que se recusa a transformar pedras em pão,
 que não pula de uma grande altura
e abdica de governar com grande poder temporal.
 Mantenha seus olhos naquele que diz:
"Bem-aventurados são os pobres, os mansos, os que choram
e aqueles que têm fome e sede de justiça;
bem-aventurados são os misericordiosos, os pacificadores
e aqueles que são perseguidos por causa da justiça".
 Mantenha seus olhos naquele
que é pobre com os pobres, fraco com os fracos
e rejeitado com os rejeitados.
Aquele que fez essas coisas é a fonte de toda a paz.
- Henri Nouwen.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

E Não Haverá Mais Morte

"Morte, não te orgulhes,
ainda que alguns a tenham chamado poderosa e terrível,
pois tu não o és...
...Um pequeno sono apenas e acordaremos eternamente,
e não haverá mais morte, 
pois tu oh morte, morrerás!
- John Done.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quando o Dia na Eternidade Enfim Chegar

"Nosso último dia é o nosso primeiro dia.
Nosso sábado é nosso domingo.
Nossa véspera é nosso dia santo.
Nosso pôr do sol é nossa manhã.
O dia da nossa morte é o primeiro dia de nossa vida eterna.
O dia seguinte a isso é aquele
em que me mostrarei a mim mesmo.
Aqui sempre me vejo envolto em disfarces;
lá, então, não verei apenas a mim mesmo como realmente sou,
mas também verei a Deus.
Aqui tenho algumas faculdades aguçadas e outras deixadas nas trevas;
minha compreensão às vezes é clareada,
ao mesmo tempo em que minha vontade é pervertida.
Ali serei apenas luz, sem sombra sobre mim;
minha alma envolta na luz da alegria
e meu corpo, na luz da glória."
- John Done.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pecado Oculto

"Só existe uma coisa que me perturba mais
do que os pecados do passado:
o pecado que não enxergo hoje".

- Philip Yancey (Alma Sobrevivente).

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Os Eventos Mais Comuns do Dia a Dia

"Na busca por Deus, 
muitas pessoas tendem a procurar pelo miraculoso e o sobrenatural.
Em vez disso, deveríamos prestar atenção no comum:
despertar, dormir e, acima de tudo, sonhar; 
aquilo que lembramos e aquilo que esquecemos,
o que nos faz sorrir e também o que nos faz chorar,
o que nos alegra e o que nos deprime.
Se prestarmos atenção à tudo isso, 
veremos que Deus fala por intermédio
dos eventos mais comuns do nosso dia a dia.
- Philip Yancey (Alma Sobrevivente).

domingo, 9 de setembro de 2012

A Diversidade de Vida na Natureza

"Deus deseja que nos deliciemos com este mundo.
 Isto não quer necessariamente dizer 
que precisamos conhecer biologia, botânica ou zoologia 
para apre­ciarmos a diversidade de vida da natureza. 
Apenas observe. Lembre-se. Compare. 
E sempre olhe para Deus com gratidão e adoração
por ter colocado você em um lugar tão agradável do universo 
quanto o planeta Terra".
- Philip Yancey (Alma Sobrevivente).

sábado, 8 de setembro de 2012

A Tendência de Alguns Cristãos

"Percebi que alguns cristãos apresentam uma tendência
muito grande a ficar irados com aqueles
que não são como eles."
- Philip Yancey (Alma Sobrevivente).

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Aprendendo com Gandhi

Certa vez, uma mulher de sua vila (onde Gandhi morava) trouxe-lhe seu filho e pediu a Gandhi que dissesse à criança para parar de comer açucar, pois aquilo não era bom. Ela disse que o filho não lhe dava ouvidos, mas que ouviria a Gandhi. 

"Traga o garoto de volta na semana que vem e eu falarei com ele", disse Gandhi. Uma semana depois, a mulher voltou com seu filho. Gandhi tomou o menino em seus braços e disse que ele não deveria comer qualquer açú­car. Então, disse adeus aos dois. 

A mãe hesitou um pouco e perguntou: "Mas, Bapu, por que o senhor precisou esperar uma semana? Não po­deria ter falado na semana passada mesmo?" Gandhi respondeu: "Não. Na semana passada, eu ainda estava comendo açúcar."

Em outras palavras: "Não exija dos outros qualidades que você não possua ou atitudes que você mesmo não exerça".

Trecho tirado do Livro "Alma Sobrevivente", de Philip Yancey.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Relatos de um Médico Acerca da Dor

Dr. Paul Brand
Nós, médicos, enfrentamos um brutal despertamento quando saímos da faculdade", relatou Brand. "Depois de estudar as maravilhas do corpo humano, fui colocado numa posição muito parecida com a do atendente do balcão de reclamações de uma loja de departamentos. Nenhum paciente vem ao meu consultório para expressar sua admira­ção por ver um rim ou um pulmão funcionando adequadamente. Eles vêm para reclamar de algo que não está trabalhando direito. 

Somente muito tempo depois, pude perceber que aquelas coisas das quais eles reclamavam eram seus grandes aliados. A maioria das pessoas vê a dor como uma inimiga. Porém, como meus pacientes no leprosário compro­vam, ela nos força a dar atenção a ameaças a que nossos corpos estão submetidos. Sem ela, um ataque cardíaco, um derrame, um apêndice rompido ou úlceras estomacais aconteceriam sem aviso. Quem iria visi­tar um médico se não estivesse sentindo dor? 

Notei que os sintomas dos quais reclamavam meus doentes eram, na verdade, uma prova da cura que o próprio corpo estava promoven­do. De modo geral, todas as reações de nossos corpos que vemos com irritação ou nojo - bolhas, calos, inchaços, febre, espirro, tosse, vômito e, especialmente, a dor - demonstram um reflexo em direção à cura. Em todas essas coisas, normalmente consideradas nossas inimigas, podemos encontrar uma razão para sermos agradecidos. 

- Paul Brand (Trecho tirado do Livro "Alma Sobrevivente", de Philip Yancey).

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Mensagens Que Falam: Alma Sobrevivente

Às vezes, sinto-me como a pessoa mais liberal no meio dos conservadores e, em outros momentos, o mais conservador entre os liberais.

Os cristãos não são perfeitos, em todos os sentidos, mas eles podem ser pes­soas cheias de vida. É isso o que eles são. Cada um se destaca em seu campo e todos colocam a fé como uma das razões de serem como são.

Só existe uma coisa que me perturba mais do que os pecados do passado: o pecado que não enxergo hoje.

Amamos os homens não porque gostamos deles, nem porque seus mo­dos nos atraem, nem mesmo porque eles possuem algum tipo de fagulha divina. Amamos todos os homens porque Deus os ama. - Martin Luther King Jr.

O pior momento de um ateu é quando ele está realmente grato e não tem a quem agradecer. - Chesterton

A beleza do mundo é o carinhoso sorriso de Cristo para nós, mostrado através da matéria". – Simone Weil

Deus respondeu à pergunta de Jó com mais perguntas, como se dissesse que a verdade da existência está muito além do alcance de nossa compreensão.

Na falta de qualquer outra prova, só o polegar já me convenceria da existência de Deus. - Isaac Newton.

Deus deseja que nos deliciemos com este mundo. Isto não quer necessariamente dizer que precisamos conhecer biologia, botânica ou zoologia para apre­ciarmos a diversidade de vida da natureza. Apenas observe. Lembre-se. Compare. E sempre olhe para Deus com gratidão e adoração por ter colocado você em um lugar tão agradável do universo quanto o planeta Terra.  - Jesse Brand

A questão primordial - por que o Deus da justiça e da compaixão permite que o mal exista? - está atrelada ao problema de como o homem deveria ajudar Deus de modo que a justiça e a com­paixão prevalecessem. - Abraham Heschel.

Escrever é um ato executado na solidão. Sou tentado a chamá-lo um ato psicótico, pois nós, escritores, construímos uma realidade artificial, habitada somente por nós, e que normalmente nos parece mais real que o próprio mundo "lá fora".

Um homem que professa uma lei exterior é como alguém que está diante da luz de uma lanterna pendurada num poste. Há luz em toda a sua volta, mas ele não pode ir a lugar algum. Um homem que professa os ensinos de Cristo é como alguém que carrega uma lanterna diante de si em um poste longo, ou mesmo não tão longo: a luz está adiante dele, sempre iluminando lugares novos e sempre encorajando-o a ir mais além. - Leon Tolstói.

Este Credo é muito simples e aqui está: acreditar que nada é mais belo, profundo, simpáti­co, razoável, varonil e mais perfeito que Cristo (...) Além do mais, se alguém me provasse que Cristo está fora da verdade, preferiria estar com Cristo a permanecer com a verdade. - Dostoievski.

Ame cada folha, cada raio de luz. 
Ame os animais, ame as plantas, ame cada coisa. 
Amando tudo, você perceberá o mistério de Deus em tudo. - Dostoievski.

A mensagem cristã que ganha a maior exposição nos dias atuais no mundo ocidental segue a corrente cultural. Ela oferece o apelo "Deus tem algo de bom guardado para você", e apresenta a promessa de auto-satisfação. A afirmação de Jesus acerca de achar-se quando se perde (Mt 8:35) é convenientemente desprezada. Uma teologia baseada no sucesso pode funcionar razoavelmente bem nos Estados Unidos sim­plesmente porque os recursos da nação são muito grandes. Mas uma teologia desse tipo tem pouco a dizer aos cristãos da China, Indonésia ou Irã, onde a fé cristã implica sofrimento.

Percebi que os cristãos apresentam uma tendência muito grande a ficar irados com aqueles que não são como eles.

Na busca por Deus, muitas pessoas tendem a procurar pelo miraculoso e o so­brenatural. Em vez disso, deveríamos prestar atenção no comum: des­pertar, dormir e, acima de tudo, sonhar; aquilo que lembramos e do que esquecemos, o que nos faz sorrir e chorar, o que nos alegra e o que nos deprime. Deus fala por intermédio dos eventos mais comuns do dia.

Pobreza, dor, luta, angústia, agonia e até mesmo escuridão interior podem continuar a fazer parte de nossa experiência. Tudo isso pode até mesmo ser a maneira de Deus nos purificar. Mas a vida deixa de ser maçante, rancorosa, depressiva ou solitária porque passamos a entender que tudo que acontece faz parte do caminho que trilhamos rumo à casa do Pai. - Henri Nouwen

Vivendo nas casas dos pobres, Nouwen aprendeu que ministramos aos necessitados não apenas para levar Jesus até eles, mas também para encontrar Jesus dentro deles. Jesus disse: "bem-aventurados são os po­bres", e não "bem-aventurados são os que cuidam dos pobres"

É desanimador, do mesmo modo que é decepcionante, sermos nós mesmos - a mesma pessoa, com os mesmos problemas, que aprende e precisa aprender novamente, e mais uma vez, as lições bá­sicas da fé religiosa. - Harold Fickett

Um mos­teiro não foi construído para resolver problemas, mas para que Deus seja louvado ali.

Deus se alegra. Não porque os proble­mas do mundo tenham sido resolvidos, não por causa do fim da dor e do sofrimento humano, nem porque milhares de pessoas se conver­teram e agora estão louvando sua bondade. Não, Deus se regozija porque um de seus filhos que estava perdido foi achado. - Henri Nouwen

Com a ajuda do espinho em meu pé, pulo mais que qualquer pessoa com um pé sadio - Soren Kierkegaard.

- Trechos do livro "Alma Sobrevivente", de Philip Yancey.