terça-feira, 25 de setembro de 2012

Por Uma Garota Como Você

Depois da aula, Cris abriu o escaninho e tirou seus livros. Subitamente sentiu alguém lhe dar um tapinha nas costas. Virou-se de repente, e seus livros voaram como se fossem pesos arremessados por um atleta. Olhou para os livros esparrama­dos no chão, aos pés de alguém de tênis branco. 

Levantando a cabeça devagar, viu uma calça jeans Levis, um casaco azul e dourado, chegando enfim aos olhos castanhos que só podiam ser do Rick. 

- Oi, disse ela rindo. Acertei você? Foi sem querer. Isto é, eu não vi... 

- Já pensou em competir no atletismo? brincou Rick. Você faz um arremesso de peso! Cris enrubesceu. 

- É, parece que você tem uma semana cheia pela frente, dis­se Rick com um sorriso, ajudando-a a pegar os livros. 

- Não exatamente, replicou Cris. 

- Você só quer parecer estudiosa, certo? Cris sentia que estava corando ainda mais. Suas bochechas na certa deviam estar vermelhinhas. 

- Você vai dar uma parada nos estudos para assistir ao homecoming, na sexta-feira? perguntou Rick, encostando o braço no armário. 

A garota abaixou a cabeça. 

- Não. Não vou não, respondeu ela, na esperança de que ele não perguntasse por quê. 

Era vergonha demais admitir que estava de castigo. 

- Não vai nem ao jogo para ver a gente vencer o "Vista High"? 

Cris olhou-o, hesitante, e abanou a cabeça. 

- Vamos fazer o seguinte: Que tal eu pegar você depois do jogo e irmos à festa do homecoming? sugeriu Rick, com voz gra­ve e forte. 

Cris arregalou os olhos azul-esverdeados, quase sem acredi­tar no que estava ouvindo. Ele estava convidando-a para sair! O que deveria responder? 

- Rick, começou Cris, procurando as palavras certas. Eu re­almente gostaria de sair com você. Mas, sabe ... bom, meus pais só me darão permissão pra sair sozinha com um rapaz depois que eu completar dezesseis anos, disse ela, respirando fundo. 

Imediatamente ela sentiu-se tomada de pânico. Será que ele vai me achar infantil? Será que estraguei tudo contando isso? Fitou o livro que estava segurando e, devagarinho, foi levantando o olhar novamente. 

Rick não se mexeu. 

- Talvez essa seja uma das coisas que tanto admiro em você, disse ele, com um sorriso largo. 

Cris arregalou ainda mais os olhos, encarando-o atentamen­te. 

- É a sua sinceridade. Acho que as garotas mais lindas são as mais inocentes. 

Cris quase não acreditou no que ouvia. O coração disparou. Esse é o tipo de coisa que toda moça sonha ouvir de um rapaz! Será que ele estava sendo sincero? 

- Então, disse Rick, mudando os livros para o outro braço. Quando é o seu aniversário? Cris riu. 

- Só em julho. Vinte e sete de julho. 

- Então só faltam oito, nove meses? Vale a pena esperar esse tempo por uma garota como você. 

Cris não sabia o que fazer. Queria abraçá-lo e dizer que essa fora a coisa mais maravilhosa que alguém já lhe falara. Queria dizer também que o achava o cara mais fantástico da face da terra. Contudo nenhuma palavra lhe vinha à boca. Tentava pen­sar em algo inteligente e legal para falar, mas só conseguia sor­rir, engolir em seco, e sorrir novamente.

- Trecho do Livro "Segredos e Surpresas - Série Cris 02", de Robin Jones Gunn.

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