terça-feira, 30 de outubro de 2012

Casa Comigo!

- Olhem só o que encontrei no depósito da lanchonete! disse Katie, colocando sobre a mesa um pacote de balas em formato de coração. Sobremesa! concluiu ela.

- Ah, mas essas balas são muito velhas! comentou Trícia. Quero dizer, esta lanchonete é nova, né? Mas não estão vendendo mais docinhos do Dia dos Namorados. Agora, em todo lugar, só tem balas com motivos natalinos. Não quero nem saber de onde elas são. 

- Do Galpão da Economia, replicou logo o Ted, abrindo o pacote e derramando na mesa os corações. Estive lá hoje e tinha uma caixa cheia dessas balas logo na entrada. Agora é a melhor época de comprá-las. 

- Comprar, tudo bem, insistiu Trícia, mas chupar? Acho que não. 

E assim dizendo, ela pegou uma das balas e leu uma mensagem gravada nela. 

- “Passe-me um fax”, leu. Passe-me um fax? Desde quando começaram a escrever isso nessas balas? Sempre achei que eles punham frases como: ‘Ama-me”, “Seja fiel”, etc. 

Em seguida, ela pegou outra balinha e leu: 

- “Beije-me!” 

- Beijo, sim! disse Douglas, que, em seguida, puxou a esposa para si e plantou-lhe um sonoro beijo nos lábios. 

Trícia deu uma risadinha infantil. Até parecia que era a primeira vez que ganhava um beijo. Cris sorriu ao ver os dois amigos tão apaixonados um pelo outro. 

- Olhem este aqui, interpôs Katie. “Chama-me pelo alto-falante”. 

Todos os presentes começaram a ler as mensagens de sua bala. Douglas pegou uma que dizia: “Mande-me um e-mail”. 

- Esta aqui deve ser do pacote interativo, comentou. 

Ted pegou um coraçãozinho e colocou-o diante dos olhos de Cris, como que querendo provar o que Douglas acabara de di­zer. Na bala estava escrito: “Casa comigo.” 

A jovem leu e em seguida ergueu os olhos para Trícia. 

- Puxa, disse, não dá pra acreditar nas frases que eles escrevem hoje em dia. Estou com você, Trícia. Antigamente eles punham: “Seja doce comigo”, e coisas assim. 

- Olhem só, falou Katie, lendo: “Doces lábios”. 

- Quero essa aí, disse Trícia. 

- O que você ‘tá fazendo? indagou Katie. ‘Tá formando uma sentença de balas? 

- Claro. Tente fazer uma. 

- Aqui pra você, Trícia, disse Cris. Achei outra “Chama-me pelo alto-falante”. 

Ted colocou outra balinha à frente de Cris. Nela estava gravado: 

“Casa comigo.” 

- Acho que já temos uma dessas, disse a jovem, afastando-a para um lado e procurando uma que tivesse algo que ninguém havia lido ainda. 

Ted também se pôs a procurar. Por fim, ele pegou uma bala, levantou-se e foi para o outro lado da mesa, ficando junto de Cris. Em seguida, colocou a terceira balinha perto das outras duas que já havia dado para ela, formando uma fileira de três. 

- Pronto. Depois que se diz algo três vezes, aquilo fica valendo. Pra sempre. 

Cris ficou paralisada. Só conseguia ver as três balas enfileiradas diante de seus olhos. E em todas elas estava escrito: 

“Casa comigo. Casa comigo. Casa comigo.” 

Virou-se para o namorado que nesse momento se abaixou, apoiando um dos joelhos no chão e pegando as mãos dela nas suas. Fitou-a diretamente nos olhos e disse: 

- Kilikina, minha Kilikina, quer casar comigo? 

A voz dele era como uma cachoeira que caía sobre Cris. 

- Sim! replicou ela sem um minuto de hesitação. Sim, repetiu um pouco mais alto. 

Em seguida, falou uma terceira vez, com toda firmeza e em meio a uma cascata de lágrimas: 

- Sim, meu Ted, eu me caso com você! 

Durante alguns segundos, foi como se o mundo todo tivesse parado, e os dois ficaram imóveis. Não respiravam, nem piscavam, nem se mexiam. Estavam imersos um na alma do outro. O único som que Cris escutava era de um coração batendo. Contudo não sabia ao certo se era o seu ou o do Ted. Os dois pareciam bater em uníssono. 

- Que é que você ‘tá fazendo aí, Ted? indagou Katie. Deixou uma bala cair aí no chão? Ainda tem muitas aqui. 

O rapaz não se mexeu. Cris sorriu. 

"Ninguém sabe de nada. O Ted acaba de me pedir em casamento, mas ninguém sabe disso ainda. É um segredo só nosso". 

Katie deu uma espiada para a fileira de balas que estava perto de sua amiga e soltou um grito como somente Katie era capaz de soltar. Aí o segredo de Cris e Ted foi descoberto. Todos os presentes pararam de conversar e até de comer. Os dois cantores que tocavam violão também interromperam a música. 

- Finalmente! exclamou Katie em voz bem alta. 

E assim dizendo, ela se pôs de pé e gritou: 

- Ei, pessoal! Preciso fazer uma comunicação a todos! Mi­nha melhor amiga aqui foi pedida em casamento! 

Imediatamente todos cercaram Cris e Ted, abraçando-os e dando-lhes os parabéns. E Katie indagou à amiga: 

- O que você respondeu? 

- Eu disse “Sim”! replicou a jovem num tom firme.

- Trecho do Livro "Como Quiseres, Senhor - Série Cris e Ted 02", de Robin Jones Gunn.

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