
Muitas pessoas, por não analisarem a história de Cristo têm questionado dessa maneira ao olharem para o Universo.
Nas sociedades humanas, mesmo nas democráticas, somos mais um número de identidade, mais um ser que compõe a massa da sociedade. Contudo, Jesus veio com a missão de proclamar ao mundo que o homem é singular para Deus, e que o Deus auto-existente e sempiterno se importa realmente com os complicados mortais.
Na parábola do filho pródigo, da ovelha perdida e de tantas outras, este agradável contador de histórias empenha a sua própria palavra afirmando categoricamente que o ser humano não é um objeto descartável do Criador, mas cada um deles é um ser insubstituível e inigualável, apesar dos seus erros, falhas, fragilidades e dificuldades. Jesus usou seu próprio sangue como tinta para escrever um tratado eterno entre o Criador e criatura.
Se os textos dos evangelhos não nos tivessem relatados, não seria possível a mente humana conceber a idéia de que o autor da existência tivesse um filho e que, por amar a humanidade incondicionalmente, Ele o enviaria ao mundo para viver as condições mais inumanas e, por fim, se sacrificar por ela. Como pode o Criador amar a tal ponto uma espécie tão cheia de defeitos, cuja história está mergulhada num mar de injustiças e violação de direitos?
O filho morreu como o mais indigno dos homens e, paralelamente, enquanto ele morria, o Pai chorava intensamente, ainda que não possamos atribuir lágrimas físicas a Deus. Ele chorava a cada ferida, hematoma e estalido de martelo que cravava seu filho na cruz.
Os pais não suportam a dor dos seus filhos. Uma pequena ferida de um deles é capaz de fazer alguns entrarem em desespero. Por isso, um dos maiores desejos deles é fechar seus olhos antes dos seus filhos.
Vê-los morrer é indubitavelmente a maior dor que podem sofrer. Agora, imagine a dor do Pai pedindo para Jesus se entregar voluntariamente e deixar que os homens o julgassem.
Segundo as Escrituras Sagradas, há dois mil anos aconteceu o evento mais importante da história. O mais dócil e amável dos homens foi espancado, ferido e torturado. O seu Pai estava assistindo a todo o seu martírio. Podia fazer tudo por ele, mas, se interviesse a humanidade estaria excluída do seu plano. Por isso, nada fez. Foi a primeira vez na história que um pai teve pleno poder e pleno desejo de salvar o seu filho, de estancar a sua dor e punir os seus inimigos e se absteve de fazê-lo. Quem mais sofreu, o filho ou o Pai? Ambos.
Ambos viveram o mais impressionante espetáculo de dor. O comportamento do "Deus Pai" e o do "Deus filho" implodem completamente nossos paradigmas religiosos e filosóficos, dilaceram os parâmetros da psicologia. Em vez de exigirem sacrifícios e reverências da humanidade, ambos se sacrificaram por ela. Pagaram um preço indescritível para dar para eles o que consideram a maior dádiva que um ser humano pode receber, o ESPÍRITO SANTO.
O Pai e o Filho são fortes ou fracos? Fortes a tal ponto que não precisavam mostrar sua força. Grandes a tal ponto que se misturavam com os homens mais desprezados da sociedade. Nobres a tal ponto que queriam ser amados pelos homens, e não tê-los como seus escravos ou servos. Pequenos a tal ponto que só são perspectiveis àqueles que enxergam com o coração. Somente alguém tão forte e tão grande consegue se fazer tão pequeno e acessível.
As metas de Jesus não eram os seus milagres exteriores. Esses eram pequenos perto do seu real desejo de transformar o interior do homem e fazer uma faxina nos porões inconscientes de sua memória.
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