Katie me convenceu a fazer alguma coisa para o Ted no dia dos namorados. Eu já te falei sobre a Katie? Ela é minha melhor amiga no momento, e ela é muito engraçada. Geralmente ela tem ótimas idéias. Exceto essa do dia dos namorados.
Será que eu devo te contar? Tudo bem, mas não me goze? Eu já fui humilhada o bastante por essa semana. Eu queria comprar alguma coisa legal para o Ted por não ter dado nada a ele de aniversário. Katie me convenceu a escrever uma pequena mensagem com aquelas balinhas de coração que tem palavras escritas. Eu colei as balinhas de coração na tampa de uma pequena caixa. As mensagens nos corações formavam uma frase. Que dizia: Seja sincero, Meu camarada, Me ligue, Não espere, Sua garota.
Eu sei. Soou extremamente brega, mas você não teve um enorme trabalho com esses corações. Apenas algumas palavras.
Aí, dentro da pequena caixinha, eu coloquei um cartão telefônico de trinta minutos de crédito. Eu embrulhei com um papel branco e vermelho com corações, pus numa caixa no correio e enviei para o Ted uma semana antes do dia dos Namorados.
E aí você acha que o “meu camarada” me ligou? Não. Eu esperei o dia dos namorados inteiro. Nenhuma ligação. Eu não esperava que ele me mandasse um cartão. Ele nunca me escreve. Mas com o cartão telefônico, eu achei que ele teria tudo que precisava para me ligar e desejar um feliz dia dos namorados. Eu esperei cinco dias pela ligação dele e fiquei mais e mais deprimida a cada dia.
Hoje eu estava na casa da Katie e ela me convenceu a ligar para ele.
Eu liguei e ele atendeu no segundo toque. Agiu como se nada estivesse errado. Contou como as ondas estavam nesse inverno e como ele tinha surfado essa manhã. Depois de uns quatro minutos, eu finalmente perguntei se ele tinha recebido meu presente do dia dos Namorados. Ele disse, “Sim, mas por que você não colocou as balas de coração dentro da caixa? Eu tive que desgrudar elas da tampa antes de comê-las”.
Eu praticamente gritei com ele no telefone. Você tinha que ter visto minha cara. Katie ficou me abanando como se eu tivesse passando mal. Eu devo ter ficado muito vermelha. Aí eu perguntei se ele tinha gostado do cartão telefônico e ele disse, “Ah, muito obrigado. Chegou justo no dia em que a Kombi Nada quebrou e eu não tinha dinheiro para ligar para o guincho. Se eu não tivesse colocado o cartão na minha carteira, provavelmente eu teria ficado lá em São Clemente”.
Conseguiu ver porquê eu disse que tinha sido um desastre o dia dos Namorados?
Nenhum cartão. Nenhuma ligação. Ted comeu minha mensagem secreta e usou nossos trinta minutos para conversar com algum motorista de guincho!
Agora Katie está me dizendo que eu preciso pensar numa idéia melhor para um presente de páscoa para o Ted, mas eu já disse que não estou no humor de fazer nenhum ovo de páscoa, decorado ou não!
- Trecho do Livro "O Diário da Cris", de Robin Jones Gunn.
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