Cris esticou suas pernas sobre a toalha e deixou que o sol quente de julho secasse a água do mar. De mãos para trás, espalmadas na areia, olhava para o mar azul, que reluzia ao sol. A cabeça ruiva de Katie apareceu sobre uma onda. Em seguida veio Douglas, com sua risada contagiante, andando na direção dela, em meio à brisa marinha. Ted, como um golfinho brincalhão, deslizou até a praia na onda seguinte. Saindo da água, virou a cabeça para trás e sacudiu o cabelo clareado pelo sol, fazendo todas as gotículas descerem por suas costas. Cris assistira àquela cena muitas vezes, mas esta foi a primeira em que notou o quanto isso era característico do Ted.
"Ainda bem que algumas coisas não mudam. Eu queria continuar a ter esta idade, e poder estar na praia, com estes amigos, nos próximos cinqüenta anos. Não quero que as coisas mudem nunca".
Cris percebeu que estava desejando quase o contrário de tudo que desejara antes. Durante muito tempo quisera que tudo fosse diferente, principalmente que seu relacionamento com o Ted mudasse e progredisse. Agora desejava que tudo parasse e ficasse imóvel para que ela pudesse observar e sentir prazer em cada pedacinho de sua vida.
Conhecia o sentimento de vazio que fica no coração quando se acaba um romance de acampamento. Conhecia o prazer estonteante de namorar um cara como o Rick. E conhecia o tesouro maravilhoso que era ter a amizade “para sempre” do Ted.
Cris inclinou a cabeça para trás e sentiu o beijo do sol no rosto e no pescoço. Lembrou a bênção que recebera do Ted: “Que o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre você e lhe dê a paz.”
Nesse momento, Cris experimentava a paz de Deus. Sentia o rosto do Senhor reluzindo sobre ela. Com os olhos fechados e um sorriso abrindo-lhe nos lábios, ela formulou dezessete silencioso pedidos. Todos relacionados com o Ted.
- Trecho do livro "O Amor Pode Esperar - Série Cris 09", de Robin Jones Gunn.
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