Busco um indício que pudesse explicar por que Jesus fez um grupo (o dos pecadores) se sentir tão à vontade e o outro grupo (o dos piedosos) se sentir tão desconfortável. Encontro essa pista em outra cena dos evangelhos que reúne os fariseus e uma pecadora flagrante simultaneamente...
Ele traz à tona o pecado reprimido, mas perdoa todo pecado francamente reconhecido.
Os fariseus criam que tocar em uma pessoa impura poluía quem a tocava. Mas, quando Jesus tocava numa pessoa com lepra, ele não se contaminava — o leproso se tornava puro. Quando uma mulher imoral lavou os pés de Jesus, ela se afastou perdoada e transformada. Quando ele desafiou os costumes entrando na casa de um pagão, o servo do pagão foi curado.
O contágio da santidade sobrepuja o contágio da impureza.
Nem mesmo Deus, com todo o seu poder, pode forçar um ser humano a amar.
A oração, descobri, não funciona como uma máquina de vender: insira o pedido, receba a resposta. Os milagres são exatamente isso, milagres, não “coisas comuns” na experiência diária.
Embora a fé possa produzir milagres, milagres não produzem necessariamente a fé.
Jesus nunca encontrou enfermidade que não pudesse curar, defeito de nascença que não pudesse reverter, demônio que não pudesse exorcizar. Mas encontrou céticos que não pôde convencer e pecadores que não pôde converter. O perdão de pecados exige um ato de vontade da parte de quem recebe, e alguns que ouviram as palavras mais incisivas de Jesus sobre graça e perdão afastaram-se sem arrependimento.
Quando Jesus vivia na terra fez os cegos verem e os aleijados andarem; ele vai voltar para governar num reino que não terá enfermidades nem incapacidades. Na terra ele morreu e ressuscitou; na sua volta, a morte não existirá mais. Na terra ele expulsou demônios; na sua volta, ele destruirá o maligno. Na terra ele veio como um bebê nascido numa manjedoura; ele vai voltar na figura deslumbrante descrita no livro do Apocalipse. O reino que ele iniciou na terra não foi o fim, apenas o começo do fim.
Deus designou os pobres como seus “cobradores”. Uma vez que não podemos expressar nosso amor fazendo alguma coisa que beneficie a Deus diretamente, Deus quer que façamos alguma coisa proveitosa para os pobres, que têm a incumbência de receber o amor dos cristãos.
Por que Deus está aterrissando disfarçado neste mundo ocupado pelo inimigo e dando início a uma espécie de sociedade secreta para solapar o diabo? Por que não está aterrissando com força, invadindo-o? Será que não é suficientemente forte? Bem, os cristãos pensam que Ele vai aterrissar com força; não sabemos quando. Mas podemos imaginar por que está demorando: quer dar-nos a oportunidade de nos juntarmos a Ele livremente [...] Deus vai invadir. Mas fico imaginando se as pessoas que pedem que Deus interfira abertamente em nosso mundo entendem bem como será quando o fizer. Quando isso acontecer, será o fim do mundo. Quando o autor caminha pelo palco, a peça acabou. – C. S. Lewis
- Trechos do Livro "O Jesus Que eu Nunca Conheci", de Philip Yancey.
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