Um dos grandes problemas que enfrentamos no processo de santificação diz respeito ao uso de nosso tempo. Façamos uma contabilidade de um dia qualquer.
Cada um de nós, rico ou pobre, tem 24 horas por dia. O mendigo, o papa ou o presidente dos Estados Unidos, todos dispõem do mesmo tempo. Dessas 24 horas, o normal é dormir entre 6 e 8 horas. Digamos que alguém dormiu 8 horas. Sobraram 16 horas desse dia. Dessas 16 horas consideremos que entre tomar banho, escovar os dentes, almoçar, satisfazer, enfim, às necessidades básicas, vão-se outras 2 horas.
Sobram 14 horas. Destas 14 horas, geralmente trabalha-se 8 horas. Sobram 6 horas. Mas ninguém vai para o trabalho a jato, principalmente nas grandes cidades. Consideremos que se perdem 2 horas no trânsito. Sobram 4 horas. Gasta-se pelo menos uma hora lendo o jornal, jogando conversa fora, papeando com alguém, atendendo o telefone. Sobram 3 horas. Destas 3 horas quanto tempo é gasto meditando nos valores espirituais? Não me refiro a um pensamento fortuito sobre os assuntos eternos. Quanto tempo efetivo, das 3 horas finais que sobram, são dedicados aos valores eternos?
Vejam que das 24 horas gastamos 21 horas com atividades absolutamente terrenas. Sem nenhuma depreciação da expressão "terrena".
O problema é que o foco não se dirige a valores espirituais. Depois, na igreja, cansados de uma semana intensa, sem investir sequer dez minutos do tempo pensando no que é eterno, participamos do culto, e concluímos: "Não sei. Tenho uma dificuldade enorme de entender e me concentrar quando o assunto é espiritual. Por que será? Leio revistas semanais com extrema facilidade. Quando pretendo ler a Bíblia, acho difícil. Por que, pastor?"
Ora, o que se pode esperar? Alguns chegam a ficar semanas, meses, sem dispor de cinco minutos para se concentrar nos assuntos espirituais. Não podem, em um culto, recuperar sua sensibilidade espiritual.
- Trecho do Livro "É Proibido...", de Ricardo Gondim.
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