Minha segunda filha tinha apenas quatro anos quando fomos ao Grand Canyon. Estávamos maravilhados com aquele lugar. Ela queria entender tudo aquilo e, então, eu lhe expliquei:
— É um grande buraco no chão da América com um monte de rochas grandes e bonitas.
Paramos, então, num estacionamento de cascalho, apontei para as paredes coloridas do desfiladeiro e disse animado:
— Olhe as rochas, querida!
Em seguida, andamos para olhar o lugar de cima. Minha filhinha ficava dizendo:
— Olhe as rochas!
Em determinado momento, observei que ela não estava olhando para o Grand Canyon. Havia apanhado alguns cascalhos do estacionamento e embalava aquelas rochas com cuidado e grande reverência, dizendo:
— Vejam , rochas americanas!
Esse é o retrato da igreja. O Espírito Santo está apontando para a vinda do Pai em toda a sua glória, e continuamos a furar o estacionamento, cavando até encontrar pedras de calçamento para dizer: Vejam!
Reunimos para atirar pedras nas pessoas que são diferentes ou nas que não se igualam à nossa medida individual de justiça religiosa (obras do homem). Em alguns casos, até mesmo apanhamos algumas rochas para arremessar em pessoas que se atrevem a ser "mais espirituais" do que nós. Os pecadores ouvem incontáveis histórias nos jornais ou no salão de beleza sobre cristãos que se reúnem para debater os mandamentos de Deus e chegam a explosões verbais a respeito de coisas insignificantes e sem sentido, deixando de lado as mais importantes.
Nós também nos reunimos para exibir, com orgulho, nossas realizações e obras feitas para Deus, sem nos darmos conta de que estamos pedindo que Ele abençoe e honre nossa pilha pessoal de trapos de imundícia. Levamos nossos dízimos e ofertas de ouro a Deus como se Ele precisasse deles.
Como minha filhinha embalando aquelas rochas sem valor no estacionamento do Grand Canyon, embalamos nosso ouro e o colocamos a seus pés com relutância como se isso tivesse valor inestimável. Contudo, estamos meramente oferecendo a Deus "pedras de pavimento" de suas ruas de ouro, em vez de concentrar nosso foco na face dele — a verdadeira fonte de toda a admiração e riqueza no reino.
- Trecho do Livro "Os Descobridores de Deus", de Tommy Tenney.
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