terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Natureza Humana...e Cristo

Embora a temporalidade da vida seja breve, ela é suficientemente longa para se errar muito. Temos atitudes individualistas, egocêntricas, simulatórias, agressivas. Julgamos sem tolerância as pessoas que mais amamos. Rejeitamos as pessoas que nos contrariam. Prometemos a nós mesmos que iremos, de agora em diante, pensar antes de reagir, mas o tempo passa e, frequentemente, continuamos vítimas de nossa impulsividade. Temos enormes dificuldades de enxergar o mundo com os olhos dos outros.
Queremos que primeiramente o mundo gravite em torno de nossas necessidades para depois pensarmos nas necessidades daqueles que nos circundam. Somos rápidos para reclamar e lentos para agradecer. Produzimos um universo de pensamentos contra a nossa própria qualidade de vida e não temos disposição e, às vezes, nem habilidade para reciclá-los.

Todos falhamos continuamente em nossa história de vida. Só não consegue admitir sua fragilidade quem é incapaz de olhar para dentro de si mesmo ou quem possui uma vida sem qualquer princípio ético. Por detrás das pessoas mais moralistas, que vivem apontando o dedo para os outros, existe, no palco de suas mentes, um mundo de idéias nada puritanas.

Somos senhores do mundo em que estamos, mas não senhores do mundo que somos. Governamos máquinas, mas não governamos alguns fenômenos inconscientes que lêem a memória e constroem as cadeias de pensamentos. Todos temos grandes dificuldades de administrar a energia emocional. Por isso, apesar de possuirmos uma inteligência tão sofisticada, somos frágeis e passíveis de tantos erros. Somos uma espécie que claudica entre os acertos e erros de toda sorte.

Todavia, agora vem um galileu que não frequentou escolas e diz, para o nosso espanto, que veio para nos dar o inacreditável: a vida eterna. E, ao invés de nos cobrar grandes atitudes para consegui-la, de determinar com severidade que não cometamos qualquer tipo de erro ou imoralidade, ele não exige nada de nós, apenas de si mesmo. Ele morre para que não morramos, sofre para que não soframos. Exige derramar o seu próprio sangue para nos justificar perante o autor da existência. Só não se perturba com as idéias de Cristo quem é incapaz de analisá-la.

- Trecho do Livro "O Mestre da Sensibilidade (Análise da Inteligência de Cristo)", de Augusto Cury. 

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