Apegar-se a um objeto para compensar a nossa necessidade de amor insatisfeita pode funcionar, mas temporariamente. A euforia que extraímos da posse de certos objetos pode nos fazer esquecer que na verdade precisamos de algo mais profundo. No entanto, como o objeto é apenas um substituto do amor que trocamos nos relacionamentos, essa satisfação nunca é duradoura. Precisamos retornar repetidas vezes ao objeto para afastar os sentimentos de vazio e insatisfação. Segundo Jesus, o ídolo é um substituto do amor porque é uma tentativa de colocar um objeto no lugar de um relacionamento amoroso. O vício é um substituto do amor pela mesma razão.
O motivo pelo qual as pessoas não conseguem abandonar os seus vícios é o fato de eles funcionarem – temporariamente. Voltar-se para algo que produz repetidamente uma espécie de conforto dá às pessoas uma falsa sensação de segurança. Elas conseguem afastar a dor de não conseguirem satisfazer as suas necessidades mais profundas. Os relacionamentos são desafiantes e trabalhosos porque nos fazem exigências. As coisas concretas são sempre as mesmas; sabemos o que esperar delas.
No entanto, a satisfação proveniente do uso de coisas materiais como substituto não é duradoura. A dor nas necessidades essências acaba reaparecendo, e por isso voltamos à solução mais fácil, apesar de descobrirmos aos poucos que ela não é suficiente. Passamos então a precisar de uma quantidade cada vez maior, embora algo dentro de nós saiba que não é dela que realmente precisamos. É por isso que o vício é chamado de doença progressiva.
Jesus sabia que, quando passamos a nos apoiar em coisas materiais para nos sentirmos seguros, é muito mais difícil ficar longe delas. Foi isso que Eles quis transmitir quando disse isso, que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus”. Ele não estava falando a respeito de dinheiro e sim de idolatria. É fácil viciarmos em coisas materiais e acreditar que elas podem substituir as nossas necessidades emocionais. Quando nos viciamos nelas, é muito difícil largá-las.
Podemos escolher entre as “coisas” e os relacionamentos. Quando elegemos as “coisas”, submetemos a nossa vida a deuses que nos escravizam em vez de nos libertar.
Apenas uma coisa é capaz de expulsar o vício humano e expulsar a idolatria: o amor genuíno.
Jesus constantemente orientava as pessoas para as coisas eternas. Ele sabia que a nossa atração pela gratificação instantânea resultam em uma satisfação temporária e em uma insatisfação crônica. Ele sabia que a euforia da idolatria é apenas uma antídoto para a dor e o desapontamento na nossa vida. O sofrimento para, mas apenas temporariamente. Esse tipo de antídoto neutraliza os sintomas, mas não cura.
Jesus nunca encorajou as pessoas a evitar o sofrimento na vida, porque ele não estava interessado em um alívio rápido. Ele não queria que as pessoas apenas se sentissem melhor, mas que elas efetivamente melhorassem. A idolatria pode momentaneamente evitar a dor, mas impede também o crescimento. A idolatria ajuda as pessoas a evitar as coisas, ao passo que o crescimento só acontece quando as enfrentamos.
- Trecho do Livro "Jesus, o Maior Psicólogo Que Já Existiu", de Mark W. Baker.
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