O Poder da Música

Na noite passada, enquanto esperava pelo sono que estava custando a aparecer, eu resolvi dar uma olhadinha em uma pasta de músicas que tenho guardado em meu computador. Músicas essas que hoje eu nem escuto mais. Mas um dia - num passado muito distante - elas com certeza fizeram grande parte do meu dia-a-dia e marcaram demais as diversas fases da minha adolescência.

Nenhuma das músicas ao qual estou me referindo são evangélicas. Também, naquela época eu não conhecia Cristo tanto quanto eu conheço hoje. Talvez eu conhecesse apenas seu nome. E me lembrasse d'Ele apenas no Natal e na Páscoa. Fora isso, Ele era um desconhecido para mim. Apenas um personagem proclamado pela religião cristã.

É, eu creio que foi por essa razão - de não conhecê-lo ainda - que eu naquela época, fiz da música o meu único consolo para as horas de vazio. Para os momentos de solidão, de incompreensão, de saudade, de rejeição e de dor. Como uma taça de vinho, eu me embriagava da música, tentando buscar um pouco de alívio para o que eu estava sentindo.

Mas a música nunca conseguiu trazer o consolo que eu buscava. Muito pelo contrário. Ela apenas intensificava cada um dos sentimentos que já estavam em meu peito, seja ele o vazio, a dor ou a saudade. Talvez seja por isso que ontem, ao ouvir um pedacinho de cada uma delas, eu me vi de volta ao meu passado novamente. 

Através daquela seleção de músicas, eu não apenas pude me lembrar de fatos, pessoas e detalhes, mas também me senti como se estivesse fazendo parte de alguns momentos da minha vida que eu, por mim mesma, nem recordava mais. E eu não me refiro apenas aos momentos em que estive triste e melancólica, mas também aos momentos em que estive feliz e que fingi estar feliz.

Embora hoje eu não tenha mais o hábito de ouvir nenhuma dessas músicas, eu não penso em deletá-las do meu computador. Pois é através delas que eu posso, de vez em quando, relembrar tão nitidamente do meu passado e ver como minha vida mudou depois que fiz de Jesus a minha única fonte de vida.

Hoje eu ainda carrego comigo o costume de ligar uma música quando estou triste. Mas ao invés de ouvir algo que me deixe mais deprimida, eu escolho um louvor que me faz tirar os olhos de mim mesma para olhar a grandeza do Senhor. E é dessa maneira que tenho vencido as dores e angústias da vida: adorando a Deus. Pois para quem ainda não sabe, o louvor cura, restaura, fortalece, alimenta e alegra o coração de qualquer um que, de todo o coração, louva e adora o Senhor.