domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Binômio do Certo e do Errado

 "Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" - João 9.1-2
Aquela pessoas esperavam que ele dissesse que a deficiência era devido a um erro que ele mesmo havia cometido ou que os seus pais tivessem cometido no passado. Tais pessoas estavam escravizadas pelo binômio do certo e errado, do erro e da punição. Mas, para surpresa delas, ele disse uma frase de difícil interpretação: "Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus."


Aparentemente suas palavras eram estranhas, mas por meio delas ele colocou as dores da existência em outra perspectiva. Todos nós abominamos as dores e dificuldades da vida. Procuramos bani-las a qualquer custo de nossas histórias. Entretanto, o mestre da escola da vida queria dizer que o sofrimento deveria ser trabalhado e superado no âmago do espírito e da alma. Tal superação produziria algo tão rico dentro da pessoa deficiente que a sua limitação se tornaria uma "glória para o Criador". De fato, as pessoas que superam as suas limitações físicas e emocionais (depressão, síndrome do pânico etc.) ficam mais bonitas, exalam um perfume de sabedoria que denuncia que a vida vale a pena ser vivida, mesmo com suas turbulências.

Jesus queria expressar que era possível ter deficiências e dificuldades e, ainda assim, viver a vida como um espetáculo de prazer. Um espetáculo que somente pode ser vivido por aqueles que sabem caminhar dentro de si mesmos e se tornar agentes modificadores de sua história.


- Trecho do Livro "O Mestre da Sensibilidade (Análise da Inteligência de Cristo)", de Augusto Cury.

Nenhum comentário:

Postar um comentário