Uma teoria, baseada nos escritos do sociólogo E. O. Wilson, diz que quando nossos ancestrais viviam na savana, ser observado atentamente significava apenas uma coisa: um animal selvagem estava à espreita.
E quando pensamos que estamos prestes a ser comidos, ficamos de pé e discursamos com confiança? Não. Nós fugimos. Em outras palavras, centenas de milhares de anos de evolução nos impelem a sair correndo do palco, onde podemos confundir o olhar dos espectadores com o brilho nos olhos do predador. Mesmo assim, o público não apenas espera que permaneçamos no lugar, mas que ajamos com desenvoltura e segurança.
Esse conflito entre biologia e protocolo é uma das razões pelas quais fazer discursos pode ser tão assustador. É também por isso que conselhos como imaginar o público nu não ajuda oradores nervosos; leões nus são tão perigosos quanto leões elegantemente vestidos.
- Trecho do Livro "O Poder dos Quietos, de Susan Cain.
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