sábado, 3 de novembro de 2012

A Vida Toda Para Trabalhar Nisso

Cris apoiou o rosto frio na mão quente de Ted. Resolveu avançar e lançar alguns sentimentos duvidosos na rede que ele segurava com paciência nas águas profundas do coração dela. 

- Ted, estou com medo de ser muito difícil nos casarmos. 

- Ãhã. 

- Nós dois teremos de fazer ajustes imensos. Somos opostos em muitos aspectos. 

- Ãhã. 

- Sua postura diante da vida é diferente da minha. Você enxerga as coisas por outro ângulo. Não penso do mesmo jeito que você. 

- Isso é bom. Ted segurou o cabelo dela. Não considero essas diferenças um problema. 

- Claro que não! É isso que estou dizendo. O que é importante pra mim é desprezível pra você. 

- Creio que seja bom sermos diferentes, disse Ted. Vamos dar equilíbrio um ao outro. 

- Eu acho que isso vai trazer muitas dificuldades pra nós. 

Ted pegou uma grande mecha do cabelo dela e esfregou a ponta nos lábios. 

- Ted, não sei se nos conhecemos tão bem quanto pensa­mos que conhecemos. Temos à nossa frente uma porção de acertos a fazer. 

- E a vida toda pra trabalhar nisso. 

Ted a puxou para si, até que a cabeça dela encostou no ombro dele. Prosseguiu com voz calma: 

- Descobrir coisas sobre o outro e fazer os acertos necessários fazem parte do que torna um relacionamento vivo e sempre crescente. Espero ansioso por essa porção do nosso futuro. 

- Eu não. Cris ouviu ela mesma dizer. Acho que cada um de nós vai tirar o outro do sério. Sou determinada demais a organizar tudo e você é tão espontâneo, tão, tão... imprevisível. 

- É, acho que sou mesmo. Do que foi que a Katie me chamou um tempo atrás, naquele nosso acampamento? 

- Katie disse que você sofria de “deficiência de detalhes”. 

Ted riu e puxou a cabeça de Cris até encostá-la no ombro dele. 

- Sabe o que eu penso? perguntou Ted. Que todos sofremos de deficiências, temos áreas em que somos limitados. Você me ajuda onde sou fraco e eu a ajudo onde você precisa. É isso que nos torna fortes quando estamos juntos. 

Cris passou o braço pela cintura de Ted e se aconchegou nele. Com um suspiro, disse: 

- Não sei, Ted. Espero que você tenha razão. Katie diz que sofro de “mania de arrumação”, que tenho de ter tudo no lugar o tempo todo pra ser feliz. 

Ted riu novamente. 

- O que eu acho, Kilikina, é que Deus nos uniu pra eu aprender com você a ter disciplina na vida espiritual e você aprender comigo a alegria de andar pela fé. Fomos feitos um para o outro. 

Cris pegou a mão de Ted, levou-a aos lábios e beijou-a três vezes, uma para cada cicatriz que ficou depois do grave acidente de carro em que ele quase morrera no outono anterior. 

- Espero que você tenha razão, disse ela. 

- Eu tenho.

- Trecho do Livro "Eu Prometo - Série Cris e Ted 03", de Robin Jones Gunn.

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